À vontade (muito à vontade, mesmo), nesta segunda (25/05), na feira da Agrishow, o presidente Jair Bolsonaro fez mais uma declaração do amor pela ditadura. Estava em território de históricos inimigos das instituições democráticas, dos índios (e suas terras) e do ambiente (fauna e flora) e recheado de fazendeiros sedentos por mais fuzis. Discursou fechando a cerimônia de abertura da feira, em Ribeirão Preto (SP).
Antes, de Bolsonaro, desfilaram pelo microfone ministros escolhidos a dedo e um executivo da Caixa. Alguns, incluindo ex-ministros, mesmo sem discursar, sentaram de frente para o público também selecionado. Todos esboçaram risos burocráticos largos da subserviência aos ideais de um ex-capitão, que, em determinado momento, deixou de atender aos interesses do Exército. Foi expulso. Hoje, entretanto, o Comando lhe é obediente e apoia.
A 27ª Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, marca retorno ao modo presencial após dois anos de pandemia da Covid-19. Os organizadores anunciam 800 marcas em exposição e expectativa de negócios (iniciados e concluídos) da ordem R$ 3 bilhões.
Do início ao fim, Bolsonaro atacou instituições do Judiciário, Legislativo e do próprio Executivo. Sem respeito à ordem pública. E foi aplaudido várias vezes pela fina flor do empresariado da agricultura – da soja, milho e cana-de-açúcar.
O presidente da República destilou ódio em 3º grau ao Supremo Tribunal Federal (STF), notadamente aos ministros que nominou: Carlos Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Apontou para cada um os seus motivos, suas contrariedades: manutenção das eleições com urnas eletrônicas, demarcação das reservas indígenas e combate às fake news.
No conjunto dos seus integrantes, atacou ao STF pela condenação (10 x 1) do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O parlamentar faz repetidas ameaças (vídeos de injúrias e ameaças) à Corte e ministros. Mas, no dia seguinte (21/04), Bolsonaro, em desafio aberto ao STF, baixou decreto dando a “graça” (perdão).
Hoje, a patética plateia ouviu, silenciosa, o presidente afirmar que o deputado (ex-PM do Rio de Janeiro) é “inocente”.
Bolsonaro, em nova afronta a uma das instituições dos Três Poderes, antecipou que não acatará uma derrota no Supremo na questão indígena (marco temporal), na qual Fachin é o relator: “Se conseguirem vitória, me restam duas coisas: entregar as chaves para o Supremo ou falar que eu não vou cumprir”.
Arrancou aplausos no enredo do armamento da população. Adiantou a liberação de mais 100 mil armas. Será via CAC (concessão de certificado de registro para pessoa física para atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça). Tem pacote com fuzis. Seu governo autorizou 600 mil.
Os organizadores e convidados não condenaram, no curso do dia, a pregação truculenta de Bolsonaro e com repulsa às regras da democracia. Portanto, as diversas ocasiões dos aplausos permitem concluir que as entidades da Agrishow plantaram mesma semente bolsonarista. E adubarão. Desejarão, então, colher, em outubro, outra ditadura.
No sábado (30/04), Bolsonaro terá outro palanque, com mesmo veio de plateia. Desta vez, porém, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, para abertura da Expozebu, para criadores de gado. Mas, a exemplo da Agrishow, entrará a cavalo no parque da Expozebu.
Triste 25 de abril, triste abertura da Agrishow 2022!…
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Engraçado, no texto militante acima achei que iria ler algo sobre corrupção como acontecia em governos anteriores...A torneira fechou cambada!!!
O tempo desse verme no poder está acabando. O pior presidente da história!!!