Oscilações conjunturais em vários mercados e pressão cambial localizada em outro, em 2023, impuseram quedas nos volumes de cervejas vendidas pela Ambev S.A. Os resultados financeiros andaram de lado. E, portanto, para 2024, a companhia recomenda olhar firme no radar das cautelas (ver adiante).
Maior cervejaria do mundo, Ambev (Grupo InBev) destaca, em suas demonstrações do balanço, quedas de volumes na América do Sul (-3,8%) e Canadá (-7,4%). Atribuiu um fato comum “principal” aos dois mercados: “principalmente ao declínio das indústrias“.
Na comparação anualizada com 2022, a Ambev contabilizou redução de 1,1%. Comercializou 183,659 milhões de hectolitros (hl – 1 hl equivale a 100 litros) de cervejas. O mercado doméstico participou com 93,11 milhões de hl, menos 1%.
Por consequência, portanto, o mercado do Canadá foi de perdas (3,6%) nas receitas líquidas da Ambev. Em contrapartida, de ganhos de 8,7% no Brasil, somando R$ 38,985 bilhões. Para todos os mercados, entretanto, estabilização: R$ 79,736 bilhões, em 2023, e, R$ 79,708 bilhões, em 2022.
As oscilações em mercados fortes pressionaram no lucro líquido ajustado (deduzidos valores das reservas legais e provisões para imprevistos do ano seguinte, acrescida das reserva de contingência recorridas no exercício) da cervejaria. No 4T23, por exemplo, queda de 11,9% na comparação com 4T22. Mas, além do fator cambial na Argentina, Ambev apontou a provisão fiscal (desconto) no pagamento de juros sobre capital (JCP).
O lucro líquido de 2023 fechou em R$ 15,168 bilhões. Portanto, crescimento (nominal) residual de 0,4% sobre 2022.
A Ambev veio bem, todavia, no EBITDA (lucro antes dos impostos) ajustado da cervejaria veio bem. Atingiu R$ 25,455 bilhões, salto de 7,1%. Este indicador pesa nas análise dos investidores quando coloca papéis no seu portfólio.
Em impostos pagos a companhia desembolsou R$ 32 bilhões.
O endividamento total da Ambev, em 31 de dezembro era de R$ 3,501 bilhões. Ou seja, 7,1 % abaixo dos R$ 3,770 bilhões, em 2022. Em caixa e caixa equivalente (líquido da conta garantia), lançou R$ 16,059 bilhões (R$ 14,852 bilhões, em 2022).
N0 item “Perspectiva para 2024”, a Ambev informa aos acionistas que a Argentina seguirá sob os fortes efeitos da desvalorização cambial de dezembro. As operações naquele mercado, portanto, tratadas como em país de “economia altamente inflacionária“.
Para o Brasil, manterá sobre a mesa das incertezas os efeitos das mudanças, valendo desde janeiro, no imposto de renda do JCP e nas subvenções do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Mas que, apesar do cenário, permanece a meta de aumentar receita e resultados no EBITDA.
Dentro do patrimônio líquido de R$ 80,143 bilhões, o capital social da Ambev participa com R$ 58,177 bilhões. O capital é representado por 15.749.448.866 (em circulação), cabendo à holding principal Anheuser-Busch InBev 61,8%.
Os brasileiros Paulo Jorge Lemann, Carlos Alberto da Veiga Sicupira e Marcel Hermann Telles são os acionistas de referência (principais). Os três fundaram, incialmente, a Ambev, no Brasil.
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