O calendário das eleições municipais acelera, e o Governo Lula, portanto, manda o BNDES aprovar e anunciar uma grana recorde em projetos rodoviários. Vai beneficiar os dois maiores centros econômicos do país, em estados que são, além disso, o 1º (São Paulo) e 3º (Rio de Janeiro) maiores colégios eleitorais brasileiros.
Esse é o fato, também, em pente-fino na leitura para divulgação da subscrição de 100% da emissão de debêntures incentivadas (R$ 9,41 bilhões) e a concessão de crédito direto de R$ 1,34 bilhão. Tudo dentro de pacote do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, Social e de Desenvolvimento (BNDES) à Concessionária do Sistema Rio-SP S.A., a CCR Rio-SP.
A CCR é a nova concessionária da Via Dutra e Rio-Santos. Os recursos irão para obras com calendários até 2027. Ou seja, com muita bala para superar as eleições municipais de 2024 e, às presidenciais, de 2026. E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) se apresenta pré-candidato a reeleição.
Palanque do BNDES
No palco (palanque) dos R$ 10,7 bilhões, na manhã desta sexta (19/07), em São José dos Campos (SP), o peso político desejado pelo Governo do PT foi plenamente atendido. Estiveram presentes, além do Lula, o ex-governador e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP) e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante (PT-SP). Estiveram outros integrantes do gabinete. Haddad não iria, mas se curvou à ordem de Lula.
O Governo estima que a captação da CCR junto ao agente federal promoverá a geração de 40 mil empregos nessa fase. Veja a íntegra da nota da assessoria do BNDES.
A imagem oficial do evento, publicada pela Agência Gov, oficial do Planalto, parece fruto de escolha a dedo. Foi, então, parar na rede go Planalto uma sem a presença do vice Alckmin. Entretanto, é visto no vídeo com link dentro do conteúdo.
Um ex-tucano de plumagem nobre, o vice de Lula governou São Paulo por mandatos seguidos: 2001 a 2006 e 2011 a 2018. Sempre eleito e reeleito pelo PSDB. Sempre derrotando o PT.
Em 2022, todavia, foi para o PSB. Mas migrou sabendo de uma costura da política do PT. O objetivo petista: transformar um ex-algoz em suporte à candidatura de Lula como seu vice.
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