Em final de governo, seja municipal, estadual ou federal, o cafezinho solicitado, às vezes, demora a chegar. E, se você estiver na sala, será o caso de seguir à risca a máxima em repartição pública: não beba. Motivo? O copeiro, se guardar mágoas do chefe, poderá ter cuspido dentro da xícara ou mergulhado o dedão, após untá-lo carinhosamente entre dedos dos pés, buracos do nariz,… Vale também para água mineral que chega no copo.
Pois bem!
O cafezinho e a água mineral servidos, ‘batizados’, entretanto, não causam mal algum à sociedade. Os danos podem estar nos finais das rotas (gabinetes) dos copeiros.
No mês passado, o estatal Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), por exemplo, denunciado, abortou sua festa de arromba, pelos 60 anos. Na programação, jantar e bailão para 1.500 convidados. Relembre AQUI.
Não se deve negar ao BDMG os méritos e marcos no modelo de desenvolvimento (incentivado na renúncia fiscal estadual) assumido pelo Governo de Minas Gerais, no início da segunda metade do século passado. Mas, a atual diretoria (em final de governo) deu pisada de bola federal, jogou lama no portfólio e respingou na mesa do Governo Romeu Zena (Novo).
Por ser final de Governo (e vai emendar Zema) ou, mesmo, carência continuada de rigor na Cidade Administrativa com aquilo se que produz, os erros dão split. Surgem bonificações do gênero até em áreas que deveriam agir 100% de forma atenta, pelas relevâncias que representam. Caso da Agência Minas (Comunicação Social do Governo de MG), que gera conteúdos consumidos pela opinião pública.
No dia 30/11, a Agência divulgou: “Governo de Minas apresenta demandas prioritárias de infraestrutura para equipe de transição em Brasília”. O título identifica, de forma correta, a área da interlocução procurada em Brasília. No conteúdo da nota, entretanto, por duas vezes informa (forma opinião) com enorme equívoco. Diz que o documento foi entregue “no governo de transição” e que o objetivo é “colaborar com o governo de transição”.
Ora bolas! Não há “governo de transição”. Seria, então, o caso de aceitar que o Brasil vive, desde 1º de novembro, sob três governos: de “transição”, criado pela Agência Minas; o futuro, ainda na cabeça do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT); e, o Bolsonaro, que finda daqui a 30 dias.
Somente na terceira referência ao interlocutor em Brasília, a Comunicação Social do Governo Zema acertou com o título: “… foi protocolado no gabinete de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB),…”.
Não se pode culpar o soldado pela perda da luta numa frente, mas ao general – comandante.
A vida dos munícipes, no cotidiano, é uma eterna pizza gigante de pecados, servida em fornadas de todas as esferas públicas.
O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) é órgão de apoio administrativo. Em tese, fiscaliza gastos de Estado e Municípios. Além disso, seria o principal ente de sustentação às ações de fiscalização do Poder Legislativo sobre o Executivo de Minas Gerais.
Alguns conselheiros do TCE-MG saem direto do plenário da Assembleia Legislativa para o tribunal. Mas, isso não é motivo para desconfianças.
No resumo da ópera, o TCE-MG e seus conselheiros precisam, então, zelar pelo princípio da isenção às atividades do Governo de Minas, da Assembleia Legislativa e Municípios. No papel principal, o órgão (que tem orçamento próprio e cujos salários e 13º nunca atrasam) deve estar sempre acima de qualquer suspeita perante o Estado e Municípios. A regra é única, além disso, para aparições tanto em publicações (trabalho e sociais) quanto em fotos que circulam – e não se pagam nas redes sociais.
Portanto, cafezinho e água no copo na (e da) Associação Mineira de Municípios (AMM), o bunker da confraria dos prefeitos, é temerário para conselheiros do TCE.
O atual presidente do TCE-MG, conselheiro Mauri José Torres Duarte, entretanto, parece pensar diferente. Este, aceitou, em noite de pompa (07/11), no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, a honraria pelos 70 anos AMM. E, claro, posou para fotos com o dono da festa, Marcos Vinícius da Silva Bizarro (PSDB), presidente da entidade e prefeito de Coronel Fabriciano.
Governador Zema pintou por lá.
Mauri Torres se elegeu para seis mandatos consecutivos de deputado estadual (1990 a 2010). Exerceu a presidência da Assembleia. Em 2011, foi nomeado conselheiro do TCE-MG.
Um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em tese, não deverá nunca aparecer em jantar no qual, previamente sabido, estará representante de partes interessadas em julgamentos na Corte. Deve checar antes quem são os convidados. Isso é o mínimo na preservação da imagem da isenção para um integrante da Suprema Corte. Entretanto, o STF tem o caso emblemático, de quebra da regra, atinge ao ministro Gilmar Mendes, desde 2017.
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