Economia

CSN e o seu patinho feio, o AF-2

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de Volta Redonda (RJ), com frequência, manda para Alto-Forno 2 (AF-2) a fatura nas crises de mercado. Essa unidade, da área de redução de minério de ferro (produção de ferro-gusa), figura na maioria das paradas das instalações.

É assim, na CSN, tanto nas reformas programadas quanto nos “abafamentos” estratégicos. Manter altos-fornos apenas aquecidos é método recorrente na siderurgia para atravessar crises no mercado no consumo de produtos siderúrgicos. Isso, portanto, reduz custos financeiros.

Ontem (19/01), a CSN paralisou novamente o AF-2. O comunicado à Bolsa de Valores B3 desta segunda esclarece que é “uma parada programada de manutenção”.

A reforma será “sem necessidade de custo e/ou investimento adicional” aos anunciados anteriormente. Em dezembro, os investimentos programados eram de R$ 13,2 bilhões no período de 2025-2030. Parte dessa soma, na geração de energia.

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores, Antônio Marco Campos Rabello, garante que equipamento ganhará mais “8 anos sua operação” de vida útil.

Em 2023 a siderúrgica vendeu 4,4 milhões de t de aços. Na apresentação “CSN CMIN Day”, de dezembro, diretoria comentou que o mercado, em 2024, foi de “altas e baixas”. A esperada recuperação, portanto, viria em 2025.

CSN põe o equipamento no histórico das paradas

A crise financeira do subprime, em setembro de 2008, nos Estados Unidos, com desdobramentos globais, respingou no AF-2 da CSN. No ano seguinte, foi para o estaleiro.

A parada seguinte para chegou em 2016, mais reparos. O AF-2 respondia por 30% do ferro-gusa utilizado para produção de 5,6 milhões de t/ano de aço. Os 70% eram na conta do AF-3.

Na Covid-19, a companhia das outras siderúrgicas

E, por fim, veio a crise mundial da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a partir de novembro de 2019, na China. O maio do ano seguinte marcou outro “abafamento” (permanência apenas aquecido para preservar os refratários) no AF-2. A siderúrgica controlada pela família de Benjamin Steinbruch teve, porém, a companhia da Usiminas (Ipatinga), Gerdau (diversas usinas) e ArcelorMittal (diversa usinas).

Nairo Alméri

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