No período 2011-16, a demanda por aço no mercado interno do Vietnã cresceu a invejável taxa média anual de 18%. Foi a maior na Ásia, seguida pelas Filipinas (13,5%) e Tailândia (6%). A pressão passou das 8,41 milhões de toneladas ano, em 2010, para 17,67 milhões t, em 2017, informou consultoria indiana Mordor Intelligence. Mesmo com os efeitos negativos da pandemia da Covid-19, em 2021 a construção civil seguirá como carro-chefe do boom de consumo vietnamita. Veja AQUI.
Em janeiro de 2020, o relatório “Vietnam Steel Industry Report 2020-2024”, citado pela PRNewswire, estimava, porém, algo em patamar mais elevado. O mercado de aço no Vietnã exibiria uma das mais velozes taxas de expansão na produção no período 2020-2024. Poderia superar 20%. Com isso, supriria seu consumo com sobras. Ou seja, daria ao pequeno país asiático status de exportador líquido de aço.
Mas, veio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e o mundo se reorganiza. Todavia, o Vietnã dá sinais de continuar à frente (ver adiante PIB do 1º trimestre).
Em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) vietnamita, de 7,08%, foi também um melhores índices asiáticos. Apesar disso, os salários da indústria local eram baixos. Trabalhador local ganhava 50% menos que o do China. Mas, como acontece em mercados emergentes sustentáveis, houve melhora em padrões dos nativos. E, no rastro do cometa da expansão, nova escala de demanda nos segmentos de bens de consumo (automóveis e eletrodomésticos) em paralelo com a construção civil.
Nesse ambiente, portanto, a demanda por aços atraiu, portanto, grupos siderúrgicos de fora. E assim caminha o Vietnã, país com 95 milhões de habitantes (BBC) e 1/3 da renda per capita do Brasil.
De acordo com PRNewswire, a indústria local, no início de janeiro de 2020, não atendia plenamente à pressão de consumo. Em 2018, por exemplo, a produção vietnamita de aço bruto atingiu 14,1 milhões t. Ou seja, muito abaixo da demanda de 22,31 milhões t. No período 2013-18, o setor teve CAGR (sigla em inglês para taxa média de crescimento anual) de 20,28%. O estudo completava que um equilíbrio entre demanda e oferta viria em prazo de até 5 anos, portanto, em 2026.
O relatório “A siderurgia em números – 2020”, publicado em abril do ano passado pelo Instituto Aço Brasil (AçoBrasil), estimava (preliminar) em 20 milhões t a produção bruta de aços pelo Vietnã. Ou seja, subia para 2/3 dos resultados brasileiros (ver adiante).
O Vietnã, então, atrai facilmente investimentos siderúrgicos. O mais emblemático é a joint venture Formosa Há Tinh Steel Corporation (FHS). A parceria reúne Formosa Plastic Group, China Steel Corporation e JFE Holdings (Japão). O trio investe, na primeira fase, US$ 10 bilhões. O parque siderúrgico, de acordo com o PRNewswire, somaria acima de 100 usinas. A maioria, contudo, com capacidade inferior a 1 milhão t/ano. Além disso, operam com equipamentos obsoletos. É nesse filão, então, que investidores estrangeiros aportam seu capital. Eles olham, pois, um entorno de cerca de 700 milhões de consumidores, e, no subconjunto Ásia-Pacífico, mais de 2 bilhões.
Assim, o governo vietnamita vai regando crescimento com investimentos externos. Outro atrativo bem-sucedido é tratamento preferencial ao capital de fora. Mesmo com Covi-19, a meta das autoridades, portanto, é manter ativos os principais eixos das demandas, no horizonte previsível até 2024. Com destaque para infraestrutura (estradas, aeroportos etc.), construção civil e indústrias automotivas e de eletrodomésticos.
No 1º trimestre de 2021, a economia (PIB) do Vietnã cresceu 4,48% na comparação com mesmo período de 2020. As exportações para os Estados Unidos garantiram a performance, conforme dados do Escritório Nacional de Estatística do Vietnã.
No período, os produtos vietnamitas embarcados renderam US$ 77,3 bilhões, ou seja, 22% de crescimento. O governo local esperava, porém, que o PIB desse salto de 5,12%. Contudo, a Covid-19 frustrou a meta. Brilharam na pauta de exportação itens eletrônicos, computadores e peças, com expansão de 31%, para US$ 12 bilhões.
A World Steel Association (Worldsteel) apontou que, em 2020, a produção mundial de aço bruto caiu 0,9%, para 1,086 bilhão t. China, maior produtor registrou retração de 5,2%, para 1,53 bilhão t. Os Estados Unidos, queda de 17,2%, em 72,7 milhões t. No Brasil, foi de 4,9%, para 31 milhões t.
Os 10 maiores produtores de aço são: China, Índia, Japão, Rússia, Estados Unidos, Coreia do Sul, Turquia, Alemanha, Brasil e Irã. Em 2019, o Brasil tinha capacidade nominal instalada para cerca de 50 milhões t anuais de aço bruto. Mas a produção média, dos últimos nos, era de 30 milhões t anuais.
O Vietnã consolidou a posição de maior produtor mundial de café conilon, passando Brasil, 2º no ranking, no final dos anos 2000. Por conta das condições climáticas desfavoráveis, em junho de 2020, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou a safra de café conilon do vietnamita, com queda de 3,5% na safra 2020/2021. Apesar disso, serão 30,2 milhões de sacas de 60 kg.
O Brasil, de acordo com o 1º levantamento de safra 2021, de janeiro, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab – Ministério da Agricultura), deverá beneficiar o mínimo de 43,854 milhões de sacas e máximo de 49,588 milhões. Portanto, uma quebra de 21,4% a 30,5% sobre a safra anterior. O arábica, participaria com 29,719 milhões de sacas a 32,990 milhões, retração 32,4% a 39,1%. Para o conilon, a projeção foi de 14,134 milhões a 16,598 milhões, ou seja, com quebra de 1,2% ou elevação de 16%.
Mas, o site Consórcio Pesquisa Café (10 instituições públicas – estaduais e federais), cravou, mês passado, que o país colherá 46,72 milhões de sacas, sendo 32,35 milhões do arábica e 15,36 milhões do conilon. A quebra em relação a 2020 se deve ao fator do ano da bienalidade negativa. Haverá, portanto, quebra de 29,5% na produtividade média por hectare. Além disso, pesa a redução de 8,8% na área cultivada.
“O baixo custo de produção deve continuar impulsionando o crescimento da cafeicultura no Vietnã nos próximos e ‘roubar’ oportunidades do conilon brasileiro no mercado internacional”. Com essa previsão, a Gazeta Mercantil de 18/11/2008 (“Custo baixo favorece expansão de café no Vietnã”), dava uma lapada daquilo que viria acontecer. Na safra seguinte, a lavoura vietnamita cresceu absurdos 23%, com a safra atingindo 21,5 milhões de sacas (USDA e Organização Internacional do Café – OIC).
Veja mais AQUI como o Vietnã, favorecido também pelo solo vulcânico, disparou na produção do café conilon.
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