O Conselho de Administração do Intesa Sanpaolo, maior banco italiano, aprovou ontem (26/05) empréstimo de € 6,3 bilhões para a Fiat Chrysler Automobiles (FCA). Mas, a operação, abrigada no “Decreto de Liquidez” do Governo, depende da confirmação das garantias públicas da Itália. Há uma semana, um movimento sindicalista e de dentro do Governo da Itália exige que o dinheiro seja integralmente aplicado nas plantas da FCA Itália.
A Agência ANSA resumiu assim o sentimento italiano: “Segundo o ministro da Economia (e Finanças), Roberto Gualtieri, o empréstimo tem “condições adicionais e rigorosas” sobre investimentos, emprego e manutenção da produção na Itália”. De acordo com a agência, Gualtieri foi, ainda, mais enfático: “Nós dissemos à Fiat que com o empréstimo é preciso pagar os investimentos na Itália. […] Dissemos não à realocação. A garantia do Estado está ligada a essas condições”.
Os jornais italianos são unânimes no seguinte: o dinheiro do Sanpaolo terá que ser integralmente aplicado às atividades da FCA na Itália: pagar salários e fornecedores estratégicos para suas fábricas no país e assegurar investimentos, principalmente em projetos para desenvolvimento de veículos elétricos.
A aprovação do Intensa Sanpaolo foi divulgada com ênfase às condições do Governo da Itália para a cessão das garantias. O aval oficial da agência de investimentos Sace (agência italiano governo de crédito à exportação) cobrirá, ao menos, 80% do valor da operação.
Os passos seguintes são a aprovação pela agência de investimentos Sace, decreto do Ministério de Economia e Finanças (MEF), publicação no Diário Oficial e aprovação pelo Tribunal de Contas do país. São passos exigidos pelo Decreto de Liquidez, baixado no país em 8 de abril, dentro das medidas emergências de contenção à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Mas nem tudo são flores nessa solução via Sanpaolo. O diário “Il Manifesto”, trouxe um imbróglio fiscal envolvendo a FCA Itália: problema fiscal. O jornal considerou “uma hipocrisia clássica do mundo made in Italy”, o Governo da Itália socorrer a empresa que, há dez anos. A publicação afirma que, desde 2011, a FCA não recolhe o Imposto Regional sobre Atividade Produtiva (IRAP).
Todavia, o débito da FCA Itália, que vem dos tempos de Grupo Fiat, teria sido confirmada pela Agência da Receita. “Il Manifesto” destaca que “90% da receita obtida com esse imposto é atribuída às Regiões com o objetivo de financiar o Fundo Nacional de Saúde”. O imposto surgiu nos anos da década de 1990 em apoio à saúde pública.
O principal índice da Bolsa de Milão, o FTSE MIB, fechou o pregão desta quarta (27/05) com alta de 0,11%, sinalizando, portanto, apoio à ajuda para FCA. A principal elevação foi para o papel da FCA, de 2,81%, cotado a € 8,16. O relatório diário da bolsa destaca que, de todos os ativos negociados, 51,75% (223) fecharam em alta.
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