Na próxima semana, o mais tardar, o Governo deverá anunciar, com atraso (como nas ações contra Covid-19), medidas preventivas para dias piores. O Palácio do Planalto, portanto, admitirá escalada no desemprego e longo prazo deste colapso global.
O expediente, em tese, caberá ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Acontece que Guedes está de saco cheio, pois, há um ano e meio, só faz retirar pedras colocadas em seu caminho pelo próprio Governo. Mas, a próxima missão poderá ser dividida com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Este é o nome de peso que resta pasta da Economia, e poderá retirar a apatia que o ministro agregou aos seus discursos.
Depois da recessão, o agravamento de uma economia segue dois estágios: depressão (recessão persistente, com PIB abaixo do potencial) e estagnação (longo período de falta de crescimento).
A “debandada” de uma penca de secretários, além da anunciada futura saída do presidente do Banco do Brasil, Rubens Moraes, Paulo Guedes, ontem (12/08) pôs o gato em cima do telhado. Bradou, então, que sem apoio à sua política liberal, que passa por desestatização e freio gastos públicos, seria a última semana de Governo.
Paulo Guedes foi iniciado nas doutrinas liberais dentro da Universidade de Chicago. Teve como principal orientador nada menos que Milton Friedman, o pai intelectual da geração de “Chicago Boys” da geração do ministro brasileiro. O ministro é ex-banqueiro – um dos quatro fundadores do BTG Pactual.
Baixas na mesa de Guedes:
Na falta de uma distração melhor, Bolsonaro fingiu que balançou com o gato do ministro. Armou circo com os chefes do Legislativo. Prometeu à Guedes aquilo que nunca fará: acatar suas ideias.
Bolsonaro está muito mais para o “Pró-Brasil”, o ‘plano Marshall’ dos generais do Planalto. À frente do plano, o ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Neto.
mas, os generais, ao contrário do ministro da Economia, querem mais gastos públicos. Eles elaboraram projetos que somarão R$ 300 bilhões. Desses, contudo, R$ 50 bilhões devem sair do Tesouro Nacional como ponto de partida. Os militares não querem saber, portanto, grandes privatizações nem ficar refém do teto de gastos!
Os quatro estrelas chamaram o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Simonetti Marinho, para o lançamento. Guedes ficou de fora. Como secretário da Previdência e Trabalho, portanto, subordinado ao ministro da Economia, Marinho agradou aos militares. Os generais obtiveram aquilo que exigiram na Reforma da Previdência (outubro de 2019).
Hoje, então, os dois ministros civis têm conversas de bicudos. Não se dão.
É com esse plano que os generais pensam fazer o país navegar no pós-pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Generais do Planalto:
Na quarta-feira, Enquanto a batata do Guedes ardia no pregão da B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) e mesas de câmbio, Bolsonaro e Marinho observavam. Nos momentos de suspiro, acertavam a viagem desta manhã – passeio, por obras da área portuária de Belém (PA).
Antes, porém, a dupla visitou obras de combate à seca no Nordeste. E seguirá um roteiro de viagens pelo país soprado sabe por quem? Respondeu Marinho? Acertou! Marinho é ex-deputado pelo PSDB-RN. Ou seja, conviveu com Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
O ministro da Economia, porém, não se deu conta de que, há algum tempo, o copeiro demora em levar o cafezinho. Pior: está chegando fraco e frio. E, de sobra, o servidor olha na cara dele e recomenda silencioso:
– Beba logo, pois, tenho de ajeitar a copa e pegar a patroa no cabeleireiro. Até às 14h15, pois, depois, ela irá se encontrar com as migas. Amanhã é sexta-feira. Portanto, fique atento, pois, a copa fechará às 12h!
Ou seja, Guedes nem precisará apagar a luz. O sucessor está cruzando a porta com meio corpo antes do ato!
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Guedes. Saia desse barco antes que ele afunde!
Vamos atender o chamado pra ir para as ruas no dia 15 a favor da Lava Jato. O Mito traiu o sonho de brasileiros esperançosos por um Brasil melhor.
Permita-me uma discordância: o "mito" não traiu ninguém, pois as pessoas é que não se deram o trabalho de conhecê-lo melhor.