O Hospital Mater Dei S.A. mantém o giro da roda das captações de recursos financeiros e de parcerias entre hospitais de Belo Horizonte. No próximo dia 3 de novembro, o Mater Dei, via emissão de debêntures, captará R$ 500 milhões.
Parte desse reforço, portanto, fará frente ao compromisso previsto para o dia 28/11, da compra do controle do sistema hospital Grupo de Saúde Norte. Valor: R$ 800 milhões (ver abaixo).
A captação total prevista pelo Mater Dei será alocada no “reforço de caixa da companhia”. É o que consta em ata da reunião do Conselho de Administração, realizada semana passada.
Essa será, portanto, a 1ª emissão de debêntures do hospital. As debêntures serão simples, ou seja, não conversíveis em ações do capital e com esforço restrito. A colocação, então, para investidor definido. O hospital é uma companhia com capital registrado na B3 (Brasil. Bolsa. Balcão), mas, com apenas 17,75% fora do grupo familiar de controle.
O Mater Dei ofertará 500 mil debêntures em série única, com valor unitário, portanto, de R$ 1 mil. Esses papéis serão resgatados em até sete anos, em 3 de novembro de 2028. Aos investidores, o hospital oferece a remuneração de 100% da variação acumulada do DI (Depósitos Interfinanceiros) mais spread de 1,75% ao ano – base de 252 dias.
Os conselheiros fixaram, porém, que o Mater Dei, “independentemente da vontade dos debenturistas”, poderá, a partir de 3 de novembro de 2025, realizar resgate parcial facultativo antecipado da totalidade da emissão. Mas, também, autorizaram amortização extraordinária facultativa. Esta, no entanto, limitada a 98% do valor unitário ou do saldo do valor nominal. É comum, no entanto, nessas ocasiões, as companhias realizarem emissões de nova série.
Ainda na semana passada (em 08/10), o Conselho do Mater Dei convocou, para o dia 28/11, AGE dos acionistas para outro evento importante. No expediente futuro, será votada a proposta da incorporação de 70% da holding GPDIAS Participações. Esta empresa é controladora do Grupo de Saúde Norte S/A, de Belém (PA).
O grupo familiar Porto Dias tem, entre outras empresas, os Hospitais Porto Dias e Porto Quality, existente desde o início dos anos da década de 1990.
O Mater Dei tem patrimônio líquido, a “preços de mercado”, de R$ 1,162 bilhão. O da GPDIAS Participação é de R$ 121,3 milhões. Entenda AQUI a forma da operação comunicada pelo hospital belo-horizontino.
O valor contábil das ações da GPDIAS Participação, em laudo de 31/08, é de R$ 81,115 milhões. Com a incorporação, a holding virá uma subsidiária integral do Mater Dei.
No 1S21, a rede mineira de hospitais faturou R$ 495,6 milhões e teve lucro líquido de R$ 79,6 milhões. Os ativos totais eram de R$ 2,449 bilhões.
O hospital mineiro, em consequência direta da operação, realizará emissão de 27.272.728 de ações, que sustentarão o aumento de capital de R$ 28,617 milhões (R$ 28.617.652,08).
O novo capital, portanto, será de R$ 1,355 bilhão (R$ 1.355.181.784,70). As ações emitidas pelo Mater Dei passam, portanto, a ser 329.821 ações ordinárias, nominativas sem valor unitário.
O Mater Dei, pois, pagará o “preço total da operação” fixado em R$ 800 milhões. O Grupo de Saúde Norte fará, então, a transferência de 12.016.562 da holding (R$ 66,71 por ação).
Mas, com as incorporações “interdependentes vinculadas à GPDIAS Participações”, totalizarão 18.557.000 em ações.
A Rede Mater Dei, uma das mais importantes do segmento hospitalar de Belo Horizonte, portanto, põe sua logo no Norte do país.
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