Economia

Impediram Roscoe, mas Zema não desistiu

Há pouco mais de dois meses (05 de abril de 2024), integrantes do universo dos intelectuais e caronas fuzilaram o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). O movimento surgiu quando ele entregou a Sala Minas Gerais para o Sistema Fiemg. A Sala, administrada pelo Instituto Cultural Filarmônica (IFC), é a sede e espaço (muito nobre) para ensaios e apresentações da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

O governador Zema, via acordo da estatal Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), entregou a Sala para gestão do Sesi de Minas Gerais. O Sesi é um dos braços de atuação do Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Na área da cultura mantém uma orquestra.

O acordo, sem divulgação prévia ampla e detalhada, firmado por Zema e o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, alimentou a bucha de canhão contra eles. Um levante, em defesa da cultura de Minas Gerais, varreu o país. ALÉM DO FATO participou.

Zema desmonta Filarmônica; entra Sistema Fiemg

A reação de parte da opinião pública visou prevenir contra provável sepultamento da Filarmônica. Roscoe, porém, negou tal intenção. Ele pontuou, por exemplo, entre os motivos, que a Sala tinha “ociosidade”. Mas esse argumento não prosperou. Dados oficiais do próprio parceiro, o Governo Zema, como o histórico da ocupação pela orquestra, desacreditaram as falas do dirigente da Fiemg.

A chuva de críticas ferrenhas foi o suficiente, então, para Fiemg denunciar o acordo em menos de duas semanas (16/04). O outro lado aplaudiu.

Pressão da sociedade faz Fiemg desistir

Mas, exatos 60 dias do início daquela pororoca, que varreu rincões do país, a Sala foi usada pela Codemig (Governo de Minas) para outra finalidade. No dia 04/06 abriu as portas para o seminário Mining Innovation Summit.

Zema cedeu a Sala para as mineradoras

Se o espaço da Sala foi alugado e/ou cedido (contrapartida da Codemig) ao setor da mineração, nada impedirá, portanto, receber convenções partidárias, cultos religiosos, assembleias de grêmios estudantis etc. O risco de desvirtuamento na ocupação do espaço, além do temor pelo fim da Filarmônica, foi um dos cavalos de batalha contra o acordo Zema-Roscoe.

O Governo de Minas, usando a marca do IFC, deu publicidade ao uso da Sala- Crédito: Reprodução Redes Sociais

Fato concreto: Zema faz, portanto, diretamente aquilo que foi impedido, por pressão de segmentos da sociedade, de realizar com o parceiro da Fiemg. Mas, a 2ª edição do Minas Summit, 27/06, irá para o Minascentro. Este espaço, todavia, desde o início dos anos da década de 1980, sempre foi destinado a eventos diversos: feiras, congressos, shows etc.

E, agora, mundo culto deste basilzão e de defensores da Sala e da Filarmônica, além de gestores do IFC?

Nairo Alméri

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