A estatal Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB), enfim, concluiu a Licitação Nº 1.005/2019 para importação de 650 toneladas de urânio (U) na forma de UF6 (hexafluoreto de urânio) natural. O fim do processo, inciado em junho de 2019, foi publicado ontem (04/02).
A National Atomic Company (NAC) Kazatomprom Joint Stock Company, da República do Cazaquistão, fornecerá o combustível. Ele será destinado à geração de energia elétrica pelos reatores das usinas Angra I e Angra II, em Angra dos Reis (RJ). A licitação foi dividida em três lotes, sendo a última entrega prevista para até maio de 2021.
Usinas Angra I e Angra, com capacidade nominal de geração para 640 megawatts (MW) e 1.350 MW, respectivamente, pertencem ao sistema Furnas Centrais Elétricas, do Grupo Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras). Mas são operadas pela Eletronuclear.
O fornecedor da INB não constitui novidade, pois, o Kazaquistão é o maior produtor mundial de urânio. A concorrência aberta pela INB foi na modalidade internacional (CCI). A NAC Kazatomprom receberá R$ 12,619 milhões (R$ 12.619.750,00).
As propostas foram abertas pela INB em 31 de julho. Houve demora por situações diversas, a destacar a falta de lance para o lote 1 e a sua revogação (8 de agosto). Em 29 de outubro, o lote 2 foi homologado para a NAC.
O processo seguiu. Finalmente, nesta terça (04/02), a estatal publicou a assinatura do Contrato Nº C1/19/004 com a NAC Kazatomprom, relacionado à Licitação 1.005/2019.
Pelo cronograma inicial da licitação, a primeira entrega seria em outubro de 2019, depois fevereiro de 2020 e, a última, em outubro de 2020. Agora, todavia, a publicação da INB citou apenas o intervalo: de 26 de novembro a 26 maio de 2021.
Na página web, a NAC Kazatomprom JSC é apresentada como “a operadora nacional da República do Cazaquistão para a importação e exportação de urânio, metais raros, combustível nuclear para usinas nucleares. Desde 2009, o Cazaquistão é líder mundial em mineração de urânio natural e o Kazatomprom tem direitos prioritários para as extensas reservas do país”.
Conforme nota da Eletronuclear, em 2019, as usinas Angra I e II “operaram com os maiores fatores de capacidade das usinas geradoras de energia no Brasil: 98,21% e 89,38%, respectivamente“. Ou seja, resultado do parâmetro da “produção efetiva” relacionada diretamente com a “capacidade total de geração da unidade”. Por fim, para demonstrar a importância daquelas usinas no Sistema Interligado Nacional (SIN), que a energia gerada abasteceria “com sobra” Goiás ou Pernambuco.
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