Secretário Nacional da Privatização que não privatiza. Secretário Nacional da Desburocratização que não desburocratiza. Presidente que não preside… Esses os principais motivos das saídas, respectivamente, do Governo Bolsonaro do empresário Salim Mattar (sócio-fundador do Grupo Localiza – maior locador de automóveis da América do Sul) e de Paulo Spencer Uebel.
As duas baixas na equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes foram nesta terça (11/08). Seguiram, portanto, o curso natural de um empresário bem-sucedido e um executivo que se cansaram da inoperância do Governo. Além disso, o desconforto em ser parte de um governo mais lido no noticiário de Polícia e Justiça, que por resultados nas relações com a sociedade civil e o Congresso Nacional. Não, contudo, que este Congresso seja exemplo de seriedade legislativa.
Antecederam, porém, às saídas de Salim e Uebel (ex-diretor do Instituto Millenium, fundado por Guedes) os desembarques do secretário Especial, Caio Megale, e o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. A próxima baixa, anunciada previamente, será do presidente do Banco do Brasil, Rubens Novaes.
“Hoje, houve debandada”, admitiu o ministro da Economia.
Salim chegou a realizar evento com balanço de realizações da pasta. Mas, almejava vender empresas relevantes. Em determinada época, chegou a nominar um pacote com mais 10 estatais, entre elas Correios, Dataprev, Telebras, Serpro, CBTU e Eletrobras. Mas isso só ocorreria em 2021.
Transferir ações como a Reforma Administrativa para o ano que vem teria sido a gota d’água Uebel. Ficou contrariado, disse Guedes, com a decisão, que foi de Bolsonaro, como forma evitar críticas nas eleições municipais de novembro. Além disso, para o chefe do Planalto a reforma tramitaria mais facilmente sem Rodrigo Maia (DEM-RJ) presidindo a Câmara. A troca será em fevereiro.
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