Economia

Inovação: erros do Brasil vistos pelo MIT e CSEM


Não falta dinheiro para inovação, mas, sim, coordenação e organização. Porém, universidades estão ensinando profissões que não existirão em pouco tempo

Inovação no Brasil emperra também na curta permanência de líderes nos cargos de órgãos de fomento. Casos emblemáticos como da Finep, Embrapa e BNDES. “Essas agências vêm sendo comandadas por pessoas que mal têm tempo de descobrir o que elas fazem”. Esta em trecho do livro “Innovation in Brazil: Advancing Development in te 21st Century”, abordado hoje (20) pela Folha . Coordenado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o livro reúne “novas pesquisas que investigam as barreiras à inovação no Brasil”.

Não falta dinheiro para Inovação

Na quinta-feira (19), ALÉM DO FATO provocou o CEO do CSEM Brasil, David Travesso, laboratório de microeletrônica orgânica impressa. Questão sugerida: “P.D&I e cases das empresas”. No dia seguinte (18), ele reagiu em sintonia com a linha de fuga para os problemas brasileiros elencados no MIT. “Importante dizer que não falta dinheiro, mas sim coordenação e organização… (e) mudar a forma de pensar”, pontua. O CSEM, em Belo Horizonte, tem pesquisadores de várias nacionalidades. Esse C&T surgiu em 2006, da parceria entre Fir Capital e CSEM Suíça (Centro Suiço de Eletrônica e Microeletrônica). No variado mix de inovação tem pesquisa e fabricação de painéis solares orgânicos para geração de eletricidade e alimentar equipamentos móveis.

Universidades formam profissionais sem futuro

David Travesso acumula experiência executiva e empresas com foco na inovação como Alcan (Novelis), Sebrae-MG e Cemig. Em suas críticas para o emperramento das políticas de P,D&I no Brasil aponta:

  • (Falta de) Compartilhamento de infraestrutura – Investimentos sem coordenação dos órgãos financiadores estimula duplicação de equipamentos, labs, projetos etc.2.
  • (Falta de) Compartilhamento de conhecimento – Pouco aproveitamento do conhecimento acumulado individualmente pelos institutos, universidades, etc.
  • Desconexão dos projetos financiados com futuro do país – Falta de uma definição de políticas e estratégias de desenvolvimento não permite foco e racionalização dos projetos de inovação
  • Inexistência de âncoras de inovação – Cadeias de produção e valor não têm “cabeça de chave”. Por exemplo: Exército, Aeronáutica e Marinha, se coordenados poderiam liderar projetos nacionais de inovação. O mesmo com empresas privadas. Todos sofrem do mal da individualidade
  • Educação alinhada com futuro das empresas e sociedade – Universidades estão ensinando profissões que, já sabemos, que não existirão em pouco tempo
Nairo Alméri

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