Área de Mata Atlântica em Minas Gerais - Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil - publicada em 2024
A defesa do bioma Mata Atlântica, em Minas Gerais, parece pauta difícil de encontrar simpatizantes, dentro e fora do serviço público. No período 2023-2024, de acordo com o Governo de MG, foram suprimidos 7.451 hectares (1 ha = 10.000 m2). Portanto, o desmatamento parece legalizado.
Desse total, 94,5% de forma ilegal, ou seja, sem as “licenças”, ainda que questionáveis. Portanto, crime ambiental presente.
A despeito do crime ambiental, a “Agência Minas” (oficial), todavia, optou, na informação de 26/05, por enaltecer a “queda de 25%” no desmate em comparação com a leitura anterior, de 10.030 ha. “Em celebração ao Dia da Mata Atlântica, comemorado em 27/5, Minas Gerais apresenta uma notícia positiva: o desmatamento no bioma voltou a cair“, noticiou a agência. Atribuiu os dados ao Instituto Estadual de Florestas (IEF), também órgão da administração estadual.
Outra referência do Governo de MG, para corroborar a queda, é a ONG Fundação SOS Mata Atlântica. Esta, em cima dos levantamentos do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD), no biênio 2023-2024, mostra a supressão da Mata Atlântica em MG menor 24%.
Independentemente da “queda”, fato é que continua enorme o desmatamento em Minas Gerais em áreas de Mata Atlântica.
No país, apontou a Fundação, foram extintos 71.109 ha do bioma.
A administração estadual mineira nunca foi zelosa com a Mata Atlântica.
Os principais órgãos ambientais mineiros, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e o Conselho de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais (Copam) são noticiados sempre em atos de conivência. Principalmente em licenciamentos para mineradoras, onde se repetem as maiores tragédias. .
Coincidindo com o Dia da Mata Atlântica, 27 de maio, por exemplo, o “Minas Gerais”, diário oficial do Estado, publicou licenças de supressão de vegetação em bioma Mata Atlântica. Uma delas com validade até maio de 2035. A beneficiada é a mineradora Cedro Dois Irmãos Holding Mineração Ltda.
A Cedro Dois Irmãos poderá suprimir “vegetação primária ou secundária nativa pertencente ao bioma Mata Atlântica, em estágios médio e/ou avançado de regeneração” e também o “corte de árvores isoladas nativas”. As autorizações partiram da Diretoria de Apoio à Regularização Ambiental da Feam, ligada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
Os interesses da Cedro Dois Irmãos, no caso, estão no município de Barão de Cocais. Portanto, inseridos na maior área de reserva em Minas, o Parque Estadual Serra do Gandarela.
Em região de influência direta e indireta do Gandarela, a exemplo de outras partes, dezenas mineradoras confrontam a legislação. Mais de 50 empresas, incluindo as do Grupo Vale (ex-estatal Companhia Vale do Rio Doce – CVRD).
O parque abrange 10 municípios, chegando nos limites de Belo Horizonte.
A Floresta Amazônica, no Brasil, é a maior área verde contínua do planeta. O bioma Amazônia é alvo permanente de crimes ambientais – queimadas, derrubadas e poluição. Os negócios dos setores da mineração, garimpo, agribusiness (agricultura e pecuária) e madeireiros são maiores responsáveis.
Queimadas fazem desmatamento crescer 92% na Amazônia
O mundo comemorou ontem (05/06), o Dia Mundial do Meio Ambiente. O presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT-SP), todavia, preferiu se ausentar do país. Às vésperas, voou para França.
Fato é que o petista também fugiu do fogo cruzado, em mais polêmicas com seu governo na área ambiental.
Lula insiste na exploração de petróleo na Amazônia Equatorial. O Congresso, em outra extremidade facilita ao extremo os licenciamentos ambientais.
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