A nova Odebrechet, agora Grupo Novonor, marca mais uma presença na cruzada para emergir das cinzas das investigações de corrupção política da Operação Lava Jato. O Conselho de Administração da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa MG), em reunião de 30/06, aprovou contrato de R$ 26,996 milhões com o grupo.
A Odebrecht Engenharia e Construções S/A (OEC) foi contratada, entretanto, por “dispensa de licitação”. Mas, de acordo com a estatal do Governo de Minas Gerais, a exceção tem fundamentos “técnicos” do Estatuto Social.
O contrato é por 180 dias, a partir de 1º de março. A empresa executará, portanto, “obras emergenciais para recuperação da travessia da adutora do Rio Paraopeba”.
O Conselho, apesar da autorização, fez constar na Ata que decidia com respaldos. Menciona, por exemplo, que a proposta da Diretoria Executiva da Copasa “possui justificativa técnica e atende aspectos legais”. Neste segundo item, destaca que “foi validada pela Diretoria Adjunta Jurídica e pela Superintendência de Compliance”.
O valor inicial do contrato era de R$ 27,894 milhões. Entretanto, foi aplicado o redutor de 3,22%.
Antes dos escândalos de corrupção da Lava Jato, as empresas do então Grupo Odebrechet formavam o principal complexo empreiteiro da América do Sul (ver baixo). Tinham, portanto, muito poder de influência política e econômica nos setores em que atuavam.
A Braskem, por exemplo, é um dos principais negócios, em parceria com a Petrobras e fundos de pensão de estatais. A companhia é a maior petroquímica da América Latina.
A estatal de petróleo e a empreiteira, que vive problemas financeiros, negaram notícias recentes de venda das suas ações naquela petroquímica.
Mas, para se reerguer, além do pedido de recuperação judicial (ver abaixo), o Grupo Odebrechet mudou para Grupo Novonor, em dezembro de 2020.
As investigações, a pedido Ministério Público Federal (MPF), apuraram denúncias de desvios de dinheiro público e estatais, incluindo empresas de capital misto – com ações em Bolsa de Valores. Foram evolvidas cúpulas do Executivo Federal, ministros de Estado, diretores de estatais federais, estruturas de partidos políticos de sustentação de Governos e parlamentares, principalmente do Congresso. Veja AQUI matérias do ALÉM DO FATO.
O grupo está em recuperação judicial. Matéria que o Uol publicou ontem (07/07) observa que as dívidas com a marca Odebrechet superaram R$ 100 bilhões.
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