Sede da Abin, em Brasília - Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Os relatórios da Abin paralela e outros da Polícia Federal (DPF) e as divulgações autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), viraram blue chips no mercado de escândalos políticos em pauta. A dupla PF-Moraes alimenta pontualmente as novas manchetes.
O rosário da PF e do STF não se limita mais aos fatos como o 8 de janeiro de 2023. Naquela data, bolsonaristas atentaram contra a ordem democrática e praticaram vandalismos em Brasília. Foi o ápice da frustrada trama (ainda investigada) para tentar impedir a permanência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), recém-empossado na Presidência da República.
Ausente do país, foi para os Estados Unidos e não passou a faixa presidencial ao sucessor, Jair Bolsonaro (PL-RJ) é apontado como líder da tentativa do golpe. Ele, conforme as investigações, teria formado uma rede com oficiais generais das três Forças Armadas, principalmente do Comando do Exército.
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A dupla PF-Moraes dá tutano de sobra ao noticiário neste mandato de Lula. Incorpora sempre uma janela às anteriores da Abin paralela e do 08 de janeiro. Começa a parecer que, sob o manto político, não interessa ao STF um fim imediato dos processos. Mas, isto sim, esticá-los (e manter a pauta na imprensa) até a efervescência da campanha eleitoral de 2026.
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), nome dado ao falecido Serviço Nacional de Inteligência (SNI), surge como instrumento em espionagens fora de suas funções de Estado. Virou peça-chave para servir aos planos da cúpula do bolsonarismo, orquestrados pelo ex-presidente e filhos.
O governo passado, portanto, criou braços na agência para os interesses de Bolsonaro, aponta o relatório da PF. A estrutura paralela surgiu muito antes da derrota nas eleições de outubro de 2022. Então, quando se revolve escândalos políticos e tropeços de gestão no Governo Lula-3, o tema Abin paralela desembarca em nova bandeja de prata. Parece transformado em fonte perene nas encomendas de mídia do Partido dos Trabalhadores (PT).
Por coincidência (e põe coincidência), nesta quarta (18/06), o denso relatório da PF ocupa e preenche bem as manchetes. Sob chuva de vacas mais magras ainda, o chefe do Planalto agradece.
A pauta é repetitiva. Mas atende bem à agenda do Planalto, para se contrapor às pesquisas da impopularidade do petista e derrotas no Congresso. Serve ainda de refresco nas trombadas com agentes da economia, como a da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Esse pacote atrapalha o sonho de tentar mais um mandato, em 2026.
E o noticiário, sem questionamentos, vai engolindo as gororobas deste brasilzinho. Não dedica uma linha às mazelas de antes. Parece com dó do Governo.
O caso Abin paralela, todavia, não é novidade na política brasileira.
Em 2006, por exemplo, Antônio Palocci, então ministro da Fazenda, mandou a Caixa espionar e quebrar o sigilo bancário de um caseiro. O trabalhador doméstico em questão, Francenildo Costa, desmentiu Palocci, ao depor na CPI dos bingos.
O ministro negou aos parlamentares que frequentasse uma casa, em Brasília, apelidada de “república de Ribeirão Preto”. Nela eram definidas negociações para decisões econômicas do interesse do PT no âmbito do Ministério da Fazenda. A referência “república de Ribeirão Preto” ligava ao reduto eleitoral em que Palocci, no interior de São Paulo.
Aquela quebra de sigilo foi um ato paralelo do Governo Lula-1 (2003-2006), determinado pelo ministro de maior peso. Além disso, envolveu a cúpula do segundo maior banco comercial da União.
Depois de ser demitido, em abril de 2006, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou ao STF que investigasse o ex-ministro. Palocci era deputado federal (PT-SP).
O ex-ministro apareceu, anos adiante, nas investigações da Operação Lava Jato, que levaram Lula (sem mandato) à prisão.
Por certo, atos do modo Abin paralela não foram particularidades do Governo Bolsonaro nem do Governo Lula-1. Se a própria PF revirar seus bancos de dados (arquivos), encontrará pegadas do gênero. Isso não apenas no período da ditadura militar (1964-1985).
Será um risco pôr a mão no fogo pelos governos José Sarney (PFL – presidente indireto), Fernando Collor (PRN), Itamar Franco (PRN), Fernando Henrique (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (P/MDB).
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