Poderia até ser um “dois pra lá, dois pra cá”, caso o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fosse apenas uma tretazinha latino-americano. Mas, além de atitude condenável do petista, a coisa passa por despacho no tenebroso Kremlin, sob a sacada do tirano da Rússia, Vladimir Putin.
Maduro e Lula dançam para o russo. Ambos são comprometidos com os sonhos de guerra, invasões e outros desejos antidemocráticos de Putin.
O recibo da subserviência do Governo Lula está no recado da Nota Oficial do Partido dos Trabalhadores (PT), de 30/07. Se antecipando à tida autoridade eleitoral da Venezuela, o PT avaliou que o chavista venceu, de forma “legítima”, as eleições de 28/07. Assim, portanto, corroborou a autodeclaração do ditador.
Lições das Américas com dois velhos e um ‘maduro’
PT, então, se posicionou em lado oposto ao do mundo livre. Desde o momento da autoproclamação de Maduro, ainda sem o fechamento das urnas, as democracias do Ocidente denunciavam a fraude.
O PT (se combinado ou não) renovou o passaporte da união de Lula com outros regimes de exceção como Cuba, Nicarágua, Rússia, China e Irã.
De lá para cá, o petista se supera em trapalhadas próprias com a imagem do Brasil. E, parecendo de caso pensando, não avança no chove-não-molha do pedido das Atas do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE). Atas, diga-se de passagem, do crivo do Maduro.
Lula, então, rodopia em ópera de tiranos amigos. Mas joga para plateia desinformada um faz de conta roto de que defende democracia para os venezuelanos.
Arrastado ou não pela Nota do PT a lambança final seria mesma
O chefe do Planalto, todavia, é muito grato ao Diretório Nacional do partido, pois, viabilizou seu discurso cerca-lourenço das Atas. De quebra, a lenga-lenga interessa em cheio aos objetivos de Maduro.
Mas, também, perdeu, de vez, o voo próprio. Agora só com a carta náutica do partido.
Será perda de tempo, portanto se esperar que vaze um suspiro de democracia ao final desse baile bolivariano. Lula tem mais dois anos e quatro meses de mandato. A partir dessa reunião ministerial desta quinta (08/08), o petista tratará do seu 2026.
Maduro, de sua parte, encostará em 2030. O chavista só entregará o regime a um terceiro se Putin autorizar. O russo tem dentro da Venezuela armas e conselheiros militares suficientes.
O mundo assiste, portanto, sem surpresa um Putin se divertindo em seu teatro de marionetes.
Maduro manda Lula “tomar chá de camomila”, enquanto ditador sandinista da Nicarágua, Daniel Ortega, expulsa embaixador do Brasil, Breno Costa. Ortega não tolerou ausência do Brasil (do embaixador) em sua festa “nacional”.
Em retaliação, Lula expulsou a embaixadora nicaraguense, Fulvia Patricia Castro Matu.
Esse jogo no circo de Putin da América Latina iniciou com Maduro expulsando (29/07) uma penca de embaixadores de países que não reconheceram sua autoproclamação – Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
O Senado entra em cena, mas sem cacife.
Convocar o chanceler, Mauro Vieira, e seu chefe lateral, o ex-chanceler Ricardo Amorim (assessor internacional de Lula) é tolice. A coisa só se resolverá na distante Europa Oriental.
Senado e Câmara, tocados, respectivamente, por Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), são instituições políticas para barganhas caseiras, não de política internacional.
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