Toda projeção de safra seguinte de grãos reprisa o eterno desafio: déficit na capacidade estática de armazenagem. O 3º Levantamento de Safra 2024/25 de Grãos, do Governo, prevê 322,4 milhões de toneladas (excluído o café). Pelo levantamento, portanto, um crescimento de 8,2% sobre a safra 2023/24.
A projeção é da estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). É para se festejar.
Entretanto, no meio do caminho, o velho imbróglio da incapacidade na infraestrutura estática de armazenagem das safras. Na projeção 2022/23, por exemplo, para colheita de 322,8 milhões t, 50,1 milhões t a mais que anterior, o tamanho do problema assustava. A própria Conab apontava capacidade nos armazéns para 195,2 milhões t.
O cenário confrontava, então, com riscos de perdas, redução nos lucros e necessidade de investimentos constantes. A sucessão de safras recordes dispensa discussões e pedem ações.
Veja a íntegra do levantamento da Conab 2024/25.
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Milhões na miséria e os bilhões t de grãos
Em abril último, em entrevista, o presidente de Câmara Setorial Esalq/Abimaq, Paulo Bertolini, foi direto nesse tema. As colheitas anuais de grãos crescem em ritmo acima de 10 milhões t, contra menos da metade disso em capacidade estocagem.
A análise da Esalq/Abimaq para 2022/23 apontou déficit de armazenagem de 120 milhões t. O final foi uma colheita de 320,1 milhões t e capacidade de estocagem para 200,1 milhões t. Dentro dessa relação, concluía, segurar a lacuna exigiria investimentos anuais de R$ 15 bilhões.
A publicação especializada Agrofy News apontou, para o final de 2023, que a capacidade de armazenagem de grãos do país estava em 210,9 milhões t. Ou seja, ficariam fora 90 milhões t da safra 2023/24.
A permanência do problema representa, entretanto, oportunidades para se levar soluções alternativas nas próprias fazendas. Entre estas para os fabricantes de silos metálicos convencionais e plásticos. Os silos plásticos (silos-pulmão ou silos-bolsa) não exigem e infraestrutura, que ficam deitados no solo. Esses equipamentos são fabricados com polietileno.
No Senado, tramita o Projeto de Lei Nº 1070/2024, da senadora professora Dorinha Seabra (União -TO). Ela propôs a criação do Programa de Armazenagem Rural (PAR). Os recursos sairiam do Fundos Constitucionais do Norte (FNE) e do Centro-Oeste (FCO). Iria turbinar o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).
A senadora Dorinha, nas justificativas, relata que falta de armazéns causa prejuízos financeiros em operações intangíveis para sociedade. Citou, por exemplo, pressões negativas nos “prêmios” para soja e milho. Em 2023, teriam sido da ordem e R$ 30,5 bilhões nos negócios externos com a soja e o milho.
Essa contabilidade, atribuída à Consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, registra que o impacto para soja foi de R$ 19 bilhões e, no milho, R$ 11,5 bilhões. O déficit de armazenagem aparece como “o maior responsável por esse resultado”.
O PAR tramita lento. No dia 11/12, aparece com requerimento de “audiência pública”. O pedido, à Comissão de Desenvolvimento Rural e Turismo (CDR), foi formulado pelo senador Cid Gomes (PSB-CE) em 18/11.
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