Das contas a receber dos clientes, a Sanepar acumula em 34% (2021) em dívidas vencidas - Crédito: Geraldo Bubniak/AEN/Governo do Paraná
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) avisa que manterá investimentos do Plano de Negócios e Estratégia de Longo Prazo. Isso compreende, portanto, o período 2023-2027. Mas, para consolidar metas, a companhia será implacável contra os consumidores inadimplentes.
As decisões foram aprovadas pelo Conselho de Administração dia 07/12, mas comunicadas aos investidores ontem (15/12).
Entretanto, para manter equilíbrio econômico-financeiro e atender às exigências do Plano, conforme apresentação do Comitê de Planejamento Integrado, a estatal do Governo do Paraná elegeu prioridade na “geração operacional de caixa”. Irá, então, tocar a coisa com mãos de ferro. Para tanto, seguirá em duas frentes: busca por “tarifas que reflitam adequadamente esse esforço” e com “ações de cobrança de débitos dos clientes”.
A Sanepar é uma estatal de economia mista, ou seja, com ações listadas na Bolsa de Valores B3 (Brasil. Bolsa. Balcão). O controle é do Governo do Paraná, com 20,3% das ações ordinárias (B3, 28/11).
“Contas a Receber de Clientes: As contas a receber de clientes, líquidas da provisão para perdas, de curto e longo prazo tiveram um acréscimo de 27,9%, passando de R$ 799,6 milhões em 2020 para R$ 1.023,0 milhões em 2021” (sic – Formulário de Referência 2022, de maio/2022). As contas vencidas eram de R$ 348,8 milhões (34,1%). A vencer, R$ 319,9 milhões (31,3%). E, no último item, por faturar em parcelamentos, R$ 354,3 milhões (34,6%). O setor privado representava 95,4% no valor total, ou seja, significativo.
Em 2021, a companhia investiu R$ 1,3 bilhão, dos quais 47% para sistemas de água, 45% esgotamento e 8% obras administrativas e investimentos diversos. A Sanepar salienta, portanto, seguir o foco do Novo Marco Legal do Saneamento e metas para até 2033: cobertura de “mínima de 99%” de água tratada, e, 90%, de coleta de esgoto.
O Programa de Investimentos e longo prazo da Sanepar para 2022-2026, pelo Conselho de Administração, previa:
A estrutura de capital da companhia era confortável. No balanço anual fechado em 30 dezembro de 2021, lançou R$ 3,137 bilhões em dívida líquida, frente R$ 7,826 bilhões em patrimônio líquido. A conta do total do ativo contabilizava R$ 14,6 bilhões (circulante e não circulante), contra R$ 6,814 bilhões no passivo (circulante e não circulante).
Os resultados financeiros foram de R$ 5,204 bilhões em receitas líquidas e R$ 1,177 bilhão no lucro líquido.
Quando o Governo do PR oficializou, em novembro, a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel), o assunto entrou em fervura no mercado acionário. Na onda, puxou, por exemplo, a Cemig, do Governo de Minas, e também a Sanepar.
A Genial Investimentos, por exemplo, em seu portal (22/11), avaliou: “Em um processo competitivo, achamos pouco provável que a empresa seja vendida por menos de 1x o valor da sua base de ativos e valores superiores a estes não devem ser desconsiderados” (sic).
O “valor de mercado estimado” mostrado pela Genial era R$ 12 bilhões (valor da base menos a dívida; R$15,6 bilhões e R$ 3,6 bilhões). Mas, ousava: se vendida por 2x, o valor de mercado (R$ 31,3 bilhões menos dívida) saltaria para R$ 27,7 bilhões.
A Bolsa de Valores, entretanto, colocava o valor de mercado da Sanepar abaixo da metade do apresentado na Genial: R$ 5,077 bilhões (30/11).
Privatizações e transferência de controle de ex-estatais sempre geram polêmicas no país. Uma dessas, por exemplo, foi no Governo Dilma.
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