A editora Saraiva Livreiros S.A levará a leilão, em 15/04, as Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), divididas em dois lotes: um de imóveis (lojas) e, outro, imóveis e a unidade de “comércio eletrônico”. Essa oferta tem bens da controlada e da Saraiva e Siciliano S.A. também. Os lances mínimos totalizam R$ 339, 1 milhões (R$ 339.135.901,70). Nesta quarta (01/04), a empresa fez comunicado à B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) do leilão, que será na modalidade eletrônica.
Os valores apurados serão destinados à liquidação aos acertos com credores. Saraiva foi líder de segmento de edição, impressão e comércio de livros no país, até entrar em recuperação judicial, em novembro de 2018.
Os leilões anunciados seguem, portanto, determinação do Aditamento ao Plano de Recuperação Judicial, celerado no início de março. No ato do pedido da recuperação judicial, a companhia acumulava dívidas de R$ 674 milhões. Nos bens a serem alienados, R$ 189 milhões representam 23 lojas. O site, por sua vez, R$ 150 milhões.
O comunicado à B3 prevê que, além dos bens, os interessados “poderão optar por utilizar as marcas Saraiva listadas no Anexo 4.1.4 do Aditamento ao Plano de Recuperação Judicial”. Portanto, “serão incluídas na respectiva UPI as marcas Saraiva de propriedade do Varejo e também as ações de titularidade do Varejo representativas do capital social da Saraiva Gestão de Marcas S.A”. Ou seja, a transferência de “bens e direitos que componham a UPI”.
Mas, em contrapartida, salienta o comunicado, os interessados deverão “aderir aos termos e condições dos contratos celebrados entre as recuperandas e o Grupo Cogna”. Portanto, ficam disponíveis as marcas Saraiva Educação, Somos Sistemas de Ensino, Editora Ática, Editora Scipione e Somos Educação.
No dia 05/04, acrescenta o informe à Bolsa de valores, será publicado, no Diário de Justiça, o anexo “edital de oferta publica”.
A Saraiva encerrou 2020 com queda de 72,6% no ativo imobilizado, investimentos e intangível. Na conta do ativo total, perda de 61%, ou seja, de R$ 852,1 milhões para R$ 333,1 milhões.
O fraco desempenho operacional da companhia comprometeu, então, ainda mais o patrimônio líquido, que encerrou 2020 negativo R$ 545 milhões. Portanto, 216,8% acima do resultado de 2019. As vendas se retraíram 63,3%, para R$ 2,6,3 milhões, comparadas com o exercício anterior. Em consequência disso, o prejuízo líquido aumentou 31,9%, para R$ 419,6 milhões.
Das ações do capital total da Saraiva, 74,66% estão pulverizadas. O restante com três acionistas: Eduardo Jorge Saraiva (17,51%), José Cláudio Pagano (3,94%) e Olga Maria Barbosa Saraiva (3,86%). Em tesouraria, portanto, um residual de 0,03%.
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