Com duas candidaturas próprias que não estão competitivas, a esquerda rachou e entrou em parafuso com o avanço da direita e da extrema direita na eleição de BH. Parte dela mantém o discurso aparente de coerência ideológica; outra parte, ainda envergonhada, adverte e defende o voto útil. “Tramonte, nunca; Engler, jamais”, é a palavra de ordem manifestada por eles, buscando engajamento na reta final.
Aliás, engajamento, impulsionamento e arrancada finais são as ações de efeito moral para os três dias antes da votação fatal. Se há, como dizem as pesquisas, empate técnico triplo entre os candidatos Mauro Tramonte (Republicanos), Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD), os dois primeiros levam mais vantagens pela capacidade maior de mobilização. Fuad não tem campanha de rua, não tem política; só conta com o voto útil.
A vaidade e a visão política podem dificultar a compreensão da realidade e a questão estratégica. Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT) não têm chances, já disseram todas as pesquisas, até mesmo a que um ou outro fez, mas optou por não divulgar. Diante disso, atacam a única alternativa, antevista pelo próprio presidente Lula (PT), de barrar o avanço da direita em BH, como prega a esquerda dissidente.
Fuad foi tucano, foi; fez o choque de gestão, fez, e foi vice-prefeito de Alexandre Kalil, que o trocou por Tramonte. Tudo isso é verdade, como Geraldo Alckmin, que era rival e, hoje, é vice-presidente de Lula. O risco é muito grande. Seja o que for a política, não é para amadores.
Sem puxadores de votos, a esquerda pode ainda sofrer outra derrota no Legislativo municipal. Hoje, a federação do PT/PV/PCdoB tem cinco vereadores, dos quais os petistas vieram da suplência. Se mantiver o número, já será avaliado como vitória.
Os bruxos especialistas em pesquisas estão avisando. Nessa hora de reta final, deve-se olhar mais a sondagem espontânea (consolidada) do que para a estimulada. Mais de 40% do eleitorado não viram a campanha eleitoral na TV, rádio ou rede social. O assunto está tirando o sono dos três primeiros colocados em BH.
Após a eleição municipal, será dada a largada para outra disputa na Assembleia Legislativa. Serão abertas quatro vagas de conselheiro para o Tribunal de Contas do Estado, numa renovação de cerca de 60%. O conselheiro Viana já se aposentou; Wanderley Ávila sai no final do ano e Mauri Torres, no ano que vem. As vagas são para deputados estaduais. Antes dessa disputa, haverá a eleição para presidente da Assembleia, disputa na qual o atual presidente, Tadeu Leite (MDB), é favorito para se reeleger. A quarta vaga é do Ministério Público de Contas, com a saída anunciada do ex-procurador Claudio Terrão.
Em vez de pacificar, o anúncio do procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares, de seu candidato à própria sucessão abriu crise interna. Seu grupo poderá rachar em até três candidaturas concorrentes, para enfrentar uma quarta da oposição. Nessa disputa, três serão eleitos para escolha final do governo Zema, onde existem, pelo menos, três cabos eleitorais divergentes.
(*) Publicado no Jornal Estado de Minas
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