Bolsonaro e Lula, colagem de fotos do site do PL e Ricardo Stuckert
Na reta final, a menos de 20 dias da votação em primeiro turno, os presidenciáveis Lula (PT) e Bolsonaro (PL) apelam à abstenção, branco e nulo por razões opostas. Para tentar vencer no primeiro turno, o petista já faz campanha aberta para convencer os eleitores que se abstêm, que votam em branco e, ainda, aqueles que pretendem anular a participação.
O outro, Jair Bolsonaro (PL), com tom diferente e objetivo oposto, faz o mesmo para tentar chegar ao segundo turno. A intenção é cair naquela possiblidade de que a prorrogação da disputa seria uma outra eleição.
Não é à toa essa priorização dos candidatos. Nas pesquisas, esses eleitores são conhecidos como indecisos, brancos e nulos, mas ninguém consegue antecipar o tamanho do que vem a ser a abstenção. Ela tem sido crescente por razões imagináveis do descontentamento e descrença.
Nas eleições de 2020, a abstenção foi a maior verificada nas últimas décadas, de 29,5% dos eleitores aptos a votar; é bom lembrar que acontecia o pico da pandemia na época. Foi um número bem superior aos processos eleitorais mais recentes (2018, 2016 e 2014), quando o índice ficou em torno de 21%. O índice foi também muito superior ao verificado nos demais pleitos para prefeitos e vereadores em 2012 (19,12%), 2008 (18,09%), 2004 (17,3%), 2000 (16,2%) e 1996 (19,99%).
No atual contexto de 156,4 milhões de eleitores aptos a votar, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, especialistas calculam que a abstenção pode chegar a 36,2 milhões de pessoas. A abstenção de 2018 somou 29,9 milhões de votos no primeiro turno, mais que a soma de todos os 11 candidatos que não foram ao 2º turno.
Junto da pandemia, soma-se aí a falta de debate, a baixa participação e a crise econômica resultante da crise sanitária. Além disso, a campanha é muto curta, tanto no primeiro turno, mais ainda no segundo (15 dias), o que a impede de esquentar como antes. O excesso de candidatos não interfere porque apenas dois polarizam as atenções em prejuízo da terceira e outras vias.
Tudo somado, o não voto, ou voto de protesto, tem sido presente e crescente a cada eleição, mas não se trata de protesto contra os políticos, até porque eles mudam na disputa de cada ano. O protesto aqui é contra o voto obrigatório, contra a obrigatoriedade de ter que votar como impõe, equivocadamente, o atual sistema. Deve votar quem quer ou se sinta motivado; quem não quer não irá votar mesmo, optando pelas formas legais da abstenção, branco ou nulo. Então, não adianta impor.
A vantagem do ex-presidente Lula sobre os adversários diminuiu nas últimas semanas; há um mês tinha 52% dos votos válidos. Porém, a lenta subida de Jair Bolsonaro e a variação de outros candidatos empurram a disputa para o segundo turno.
Ainda assim, ou por isso, o petista tem apelado ao esforço final, insistindo na chance de vitória no primeiro turno. Ele se diz convencido de que será possível ter maioria absoluta dos votos válidos em 2 de outubro. Afirmou que faltaria só “um tiquinho” para ultrapassar a marca dos 50%. Virou mote de campanha. Está dizendo a seus apoiadores para manter o engajamento de quem já vota no petista e tentar garantir que todos esses eleitores apareçam para votar.
Sobre a abstenção, aliados temem impacto sobre o eleitorado de baixa renda, que está em sua maioria com Lula. A mesma investida busca atrair os eleitores dos candidatos Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), sob o argumento de que a prioridade seria derrotar Bolsonaro.
Já Bolsonaro está posando de “aloprado” para justificar os malfeitos, especialmente, na pandemia. Disse que, em caso de derrota, irá passar a faixa presidencial e se “recolher”. A tentativa é de mostrar um Jair menos radical para diminuir sua rejeição.
“Dei uma aloprada, aloprei, perdi a linha. Aí eu me arrependo”, disse. “Eu sou ser humano também, lamento o que eu falei. Não falaria de novo. Pode ver que de um ano para cá o meu comportamento mudou”, registrou ele durante entrevista ao Correio Braziliense.
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