Na 1ª agenda conjunta, os dois pré-candidatos mais competitivos ao Governo de Minas, Romeu Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD), marcaram mais gols contra do que a favor. A trombada foi quase que simultânea, dispensando a moralista pergunta de quem começou a briga. Ficam sem razão e sem defesa aquele que deu o primeiro chute e o outro que deu continuidade.
Na quarta (1º ), Zema disse que Kalil é “um zero à esquerda”, que dependia do pai e de alguém para conquistar alguma coisa na vida. Até mesmo na disputa a governador para a qual estaria se amparando no favoritismo presidencial de Lula (PT) com o objetivo de se eleger. As declarações foram publicadas pelo jornal nacional O Globo na quinta (2). Na mesma quarta, o ex-prefeito de BH chamou o governador de “débil mental” durante entrevista ao Flow Podcast, programa de grande audiência no Youtube.
Mais sanguíneo do que o rival, o ex-prefeito de BH tentou dar lição de moral ao governador, fazendo apelo para que não usasse mais o nome de seu pai nem mexesse com sua vida particular. E mais, que se assim for, já está preparado, porque, disse, “chegou para mim um material” sobre a vida pessoal de Zema e equipe/aliados. Foi assim que Kalil reagiu menos de três minutos depois que começou a se apresentar a prefeitos e prefeitas, durante o congresso da Associação Mineira dos Municípios ainda na manhã do dia 2.
O ex-prefeito de BH deu a entender que recebeu o dossiê, mas que não autorizou seu uso. Apesar de ter ofendido Zema com o “débil mental”, fez a defesa de um debate de nível republicano e institucional pelas condições de Minas. Se for ignorado, advertiu, poderá tirar o tal material da manga.
É aquela história do roto falando do esfarrapado. Não se deve chamar alguém de “zero à esquerda”, nem o outro de “débil mental”. Perdem o debate, a razão e as condições de governador, ex-prefeito e de pré-candidatos a governador. Assim, perdem também o eleitor, o estado e o cidadão.
As depreciações ofensivas não revelam quem é o ofendido, pois são conceitos misturados e bagunçados, entre quem tem algum transtorno psíquico e desvios de inteligência. Transpassam algum tipo de preconceito e esbarram em algo politicamente incorreto.
Que um e outro vão explorar as fraquezas do rival para subir ou se manter nas intenções de voto, todos sabem, não precisa ser marqueteiro. A questão é como isso vai ser e em que nível será feito. Como nenhum deles vai elogiar o outro, poderiam usar adjetivos políticos críticos, como incompetente, desonesto, impostor e até burro cabe, tratando-se de administrador público.
É hora de o governador fazer o debate que não fez com a sociedade sobre a renegociação da dívida de Minas, de explicar por que não revela as contas de Minas. E mais, por que não recuperou as estradas mineiras, não investiu no servidor público, por que insiste em vender a Cemig e a Copasa, entre outras questões. A campanha eleitoral pode lhe dar o plebiscito que a Constituição estadual exige em casos de perda de patrimônio público conquistado e consolidado pelos mineiros ao longo de sua história.
A Kalil, da mesma forma, compete apresentar suas propostas para os temas acima. A campanha ainda não começou, então, há tempo para se preparar melhor e fazer por merecer o voto dos mineiros.
No mesmo dia da trombada entre os dois pré-candidatos mais competitivos, no congresso da AMM, houve troca de comando na Associação Mineira dos Municípios.
A entidade renovou o protagonismo político na gestão de Julvan Lacerda com uma receita simples de fazer política sem partidarismo, já que a convergência é municipalista no múltiplo universo político e partidário. Hoje, no país, ao contrário, é praticamente impossível debater ideias, especialmente se são divergentes, diante do radicalismo de um dos lados.
Nesse contexto, Julvan empossou o sucessor Marcos Vinicius Bizarro, prefeito de Coronel Fabriciano (Leste de Minas), que foi eleito em abril passado para o próximo triênio. Após as homenagens da gestão que se encerrou, o novo presidente reafirmou o trabalho de continuidade na entidade.
Neste ano de eleição, reforçou que vai manter a postura apartidária. “A função da AMM não é ter bandeiras partidárias, até porque temos prefeitos de todos os partidos filiados (à AMM). Mantendo a nossa independência, mantemos o nosso respeito”, adiantou Marcos Vinicius.
“Os municípios trabalham com orçamentos. Como vão tirar receitas, como aconteceu em 2018, quando nosso orçamento entrou somente 60% do valor? Precisamos de equilíbrio entre o Senado e a Câmara Federal”, defendeu o dirigente.
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