Outdoor da Frente sindical mineira em Goiânia, onde Zema esteve no final de semana, foto Divulgação
Apesar da alta influência da polarização nacional e de seus chefes políticos, os pré-candidatos de Lula, Bolsonaro e de Zema não estão entre os favoritos na eleição a prefeito de BH. Nesta semana, serão divulgadas duas novas pesquisas. Como nas anteriores, o petista Rogério Correia, o bolsonarista Bruno Engler (PL) e Luísa Barreto (Novo) não aparecem na ponta. Desses, o pré-candidato do PL pontua melhor. A situação de Rogério e de Luísa são mais precárias, sinalizando que as lideranças de Lula e de Zema não estariam transferindo votos.
É compreensível que a fase é de pré-campanha, mas a menos de quatro meses da votação, Lula anda meio em cima do muro. No mesmo dia em que recebeu, pela 4ª vez consecutiva, na quarta-feira (5), o prefeito de BH e candidato à reeleição e agracia a capital, por meio dele, com recursos para obras, faz movimento confuso. Recebeu também o pré-candidato de seu partido e estimulou a aliança dele com a pré-candidata do PSOL, Bella Gonçalves. Afinal, Lula, vai de partido ou de frente ampla, com Fuad Noman (PSD)? Rogério gasta mais tempo no duelo da polarização e dedica pouco aos problemas da cidade, como observam aliados.
Como é política, Zema é mais confuso. Seu partido tem pré-candidata, mas ele dialoga com outros de seu campo ideológico. Jura de pés juntos que vai apoiar a ex-secretária Luísa Barreto, mas fica satisfeito com Bruno Engler ou Carlos Viana (Podemos). Ainda tem o Mauro Tramonte (Republicanos), que, como Viana, surfa nos efeitos da TV, que podem ser sustentáveis ou não.
Se a direita experimenta o racha com três ou quatro pré-candidaturas, a esquerda ficou bagunçada em BH. Em vez de união, o PT de Rogério fechou com o PSOL de Bella Gonçalves, e o PDT de Duda Salabert recebe apoio da deputada Ana Paula (Rede), enquanto seu partido está federado com o PSOL. Tem gente na mesma esquerda que defende o apoio a Fuad Noman (PSD).
A Frente Mineira em Defesa do Serviço Público comunicou aos cerca de 10 sindicatos e associações que a integram a aprovação de duas medidas contra a derrota na reposição salarial. A primeira convoca todos a agirem para minar as pré-candidaturas a prefeito de deputados que votaram contra os servidores e de seus pré-candidatos. Em outra medida, espalharam outdoors eletrônicos em Goiânia, onde Zema participou de encontro do partido Novo. Advertem aos goianos e ao país sobre Zema: “Os mineiros não querem o mesmo para o Brasil”.
Com cara de bom moço ao estilo de Forrest Gump, o governador zombou e tripudiou da oposição e até dos aliados que votaram contra a reposição salarial dada por ele aos servidores. Um dia após a vitória, Zema viajou a Goiás e, de lá, postou agradecimento ao presidente da Assembleia, Tadeu Leite (MDB), e a 64 deputados. “Eles conhecem a situação financeira do estado e aprovaram o aumento de 4,62% a todos os servidores, limite possível de honrar compromissos e pagar os salários em dia”. O placar foi de só 38 favoráveis contra 28 contra.
Com sua gestão política, Zema conseguiu feito inédito: unir todos os sindicatos e associações de servidores contra ele. Até mesmo o do professorado está aliado ao dos militares. O que se via no passado eram policiais batendo em professores/as em atos de rua.
Ninguém em Montes Claros reclamou, especialmente, a oposição que tem a obrigação constitucional de ler o Diário Oficial e fiscalizar. Em vez disso, todos estão esperando a chegada do circo no aniversário da cidade no dia 3 de julho. A prefeitura contratou por R$ 650 mil o show do sertanejo Leonardo. O ervanário daria para comprar, por exemplo, 400 cestas básicas, que sustentariam igual número de famílias de 4 pessoas por 10 dias. O vice-prefeito e pré-candidato a prefeito, Guilherme Guimarães (União), considerou razoável o custo da produção. Exaltou a situação financeira do município e a realização de 2,5 mil obras. “Cultura também é importante”, justificou em um argumento que não fica de pé, especialmente diante da talentosa cultura regional que foi ignorada.
O partido União Brasil adotou tática que deverá ser alvo de investigação do Ministério Público. Contratou 40 shows do sertanejo Gusttavo Lima por R$ 40 milhões e os destinou a prefeitos aliados. Há quem acuse lavagem de dinheiro público no uso do fundo partidário.
Tem instituto de pesquisa que está alterando a composição da amostra para favorecer pré-candidatos dos ricos e da direita. Contrariando dados do IBGE, ampliam consultas na zona sul e entre os melhores de vida.
(*) Publicado no Jornal Estado de Minas
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