Política

Censo demográfico; no passado, Governo apelava

O Brasil deixou de realizar o Censo Demográfico em 2020 por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Foi uma medida prudente. Mas, em 2021, o presidente Jair Bolsonaro criou barreiras, para impedir que as estatísticas mostrassem um Brasil fruto dos descasos de Governo, principalmente nas questões básicas da saúde.

As suas posturas negacionistas do chefe do Planalto, principalmente retardando a aplicação das vacinas imunizantes da população, apareceriam em números mais realistas. Por último, e mais cruel, o atraso na campanha de imunização infantil.

Anúncio do Governo, no “Diário da Noite”, do Rio de Janeiro, de 30/08/1950, apela à população para que colabore com o Recenseamento Demográfico – Crédito Reprodução de Arquivo PDF do Biblioteca Nacional

Mas, no passado, houve períodos bem diferentes destes do Governo atual quanto aos censos demográficos. Em agosto de 1950, por exemplo, com publicidade em jornais diários, o Governo fez uma espécie de segunda chamada aos faltosos do Distrito Federal nas pesquisas do Serviço Nacional de Recenseamento. Eles são fontes primordiais nas formulações das políticas públicas sociais (habitação, saúde, ensino e segurança), de desenvolvimento, pesquisas e estruturais econômicas e sociais.

O país, com essas estatísticas cria espelhos das suas realizadas ao longo das décadas. Consegue isso graças aos retratos que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) extrai das pesquisas dos censos demográficos decenais. E são reforçados por estimativas intermediárias, como contagem anual da população e Censos Agropecuários. Os recenseamentos apontam também fracassos e erros das políticas públicas para enfrentar tragédias nos acidentes naturais sazonais, como frequentes deslizamentos nas chuvas em Petrópolis, na Região Serrana fluminense.

IBGE revelará o novo retrato para o país. Pessoal do Censo 2022 entrará em 70 milhões de residências – Foto: IBGE/Divulgação

Bolsonaro fez boicote no orçamento do Censo

A precaução na contenção do avanço Covid-19 e, depois, o boicote, via barreira orçamentária, do Governo Bolsonaro, empurraram o censo de 2020 para agora. Portanto, virá encavalado com as eleições deste ano. E mesmo assim, só ocorrerá por intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF), para entrega de orçamento viável.

Isto feito, se casuísmos pela proa, em 1º de agosto, portanto daqui há dez dias, os recenseadores iniciarão a nova coleta de dados básicos da vida dos brasileiros. A meta do IBGE é a de que cheguem a 70 milhões de lares.

A logística do Censo do IBGE envolverá ao redor de 183 recenseadores e 23 mil coordenadores.

Atraso fez inflação comer orçamento

A verba, depois das ações no Judiciário, foi fixada em R$ 2,3 bilhões. Mas, por conta dos atrasos na liberação do dinheiro necessário, o IBGE acendeu a luz amarela. Alertou, no final de junho, que a inflação (e disso o Instituto entende) dos dois anos de espera na liberação dos recursos, comeu a verba. Vai, então, precisar de mais aportes.

R$ 41 bilhões para campanha

O Governo Bolsonaro, que diz não ter dinheiro para as necessidades básicas da população, com a cumplicidade da Câmara, aprovou ‘PEC das bondades’. Entrega R$ 41,25 bilhões para gastos em frentes de campanha.

Nairo Alméri

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