Simões apresenta projetos para adesão ao Propag na Assembleia, foto Luiz Santana/ALMG
Os deputados estaduais já admitem a possibilidade de autorizar a privatização de apenas uma das estatais mineiras: a Copasa. Junto ao pacote de projetos de adesão de Minas ao Propag, Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados, Zema insiste em privatizar duas, além dessa, a Cemig. Esse novo modelo prevê a federalização de patrimônios (entrega para o governo federal) para o abatimento na dívida, no caso de Minas, de cerca de R$ 170 bilhões.
De acordo com o vice-governador Mateus Simões (Novo), o governo federal não teria interesse na Copasa pela falta de expertise nessa área. No caso da Cemig, o vice rejeita a federalização diante de possíveis dificuldades com acionistas minoritários relacionadas à mudança de comando. Por isso, a intenção do governo é transformar a estatal em corporation para vendê-la sem ter de pagar R$ 29 bilhões das ações dos minoritários.
A avaliação é controversa, porque essa exigência ocorreria em caso de privatização e não de federalização, já que a empresa permaneceria pública. Das três estatais, Zema aceita entregar só a Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas), a poderosa estatal do nióbio. A venda de duas estatais e a federalização da Codemig são as condições estabelecidas pelo governo Zema para alcançar 20% do valor da dívida, somando R$ 40 bilhões, para consumar a adesão ao Propag.
A Cemig é tida como joia da coroa e patrimônio histórico e cultural de Minas. A maioria dos deputados é contra a sua venda, mas aceitariam negociar a Copasa por algumas razões. Primeiro, porque o governo federal parece não ter mesmo interesse; segundo, prefeitos mineiros reprovariam os serviços da estatal.
Com o objetivo de viabilizar a privatização de estatais, Zema defende a aprovação de duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs). Uma delas, prevê a queda do voto qualificado, que reduziria de 51 votos para 40 dos 77 deputados estaduais. Para isso, precisa ter em plenário 51 votos favoráveis. O mesmo placar é necessário para retirar da Constituição Mineira a exigência de referendo, consulta popular sobre a privatização. A articulação política do governo não dá sinais de que pretende se esforçar para convencer 51 deputados a votar a favor. Na avaliação do governo, a Assembleia Legislativa ajudou a criar o Propag, ou seja, a responsabilidade de adesão estaria na conta dos deputados.
Um texto da plataforma de conteúdos do Banco do Brasil, o InvestiTalk, avalia criticamente o modelo corporation do qual o governo mineiro quer adotar na Cemig. Se há algum problema com um serviço ou compra, o cliente procura o dono do estabelecimento para apresentar sua queixa, mas não o encontra. Na modalidade controle difuso, não há capital concentrado e não é possível identificar a figura do controlador.
Em sua defesa junto ao tribunal, o Tribunal de Contas do Estado reafirmou a decisão do conselheiro Agostinho Patrus de suspender a concorrência internacional de rodovias estaduais do Estado. A iniciativa está baseada em três premissas: a necessidade de estudos técnicos que deem segurança jurídica; a transparência do processo por meio de audiências públicas e a competência constitucional do TCE em julgar a concorrência.
“Em projetos de elevada abrangência e importância como o ora tratado, resta imprescindível que se observe o dever de transparência e participação efetiva da população impactada, permitindo-se que sejam atendidos os reais anseios da comunidade”. E mais, garantiu que o Supremo Tribunal Federal possui entendimento firme no sentido de “garantir às Cortes de Contas o poder geral de cautela para determinar a suspensão de atos que possam causar lesão ao erário”. Os argumentos foram apresentados ao TJMG 48 horas depois de ser notificado.
A senha foi dada pelo novo presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Luís Eduardo Falcão. “É um desafio grande. Se fosse fácil, já teria sido feito, mas o momento é de gritar mais alto, não é de jogar a toalha”, pontuou. No plano estadual, adiantou que a entidade negocia com o Tribunal de Contas a retirada de gastos com profissionais de áreas essenciais, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde. A entrevista foi concedida ao EM Minas, programa da TV Alterosa em parceria com o Estado de Minas e Portal Uai.
Ele falou também sobre o processo eleitoral vitorioso na Associação. “A gente lutou de canivete contra metralhadora. Foram 361 votos para a nossa chapa contra 288 da outra. Nós tivemos um recorde de comparecimento. Isso nunca tinha acontecido na AMM. Foi uma eleição que movimentou muito”.
Faltam apenas oito dias para o maior evento municipalista da América Latina, que, neste ano, deverá ser marcado por público recorde na busca de mais recursos aos municípios. Mais de 10 mil gestores municipais, entre eles o novo presidente da AMM, já garantiram inscrição para participar da XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que acontece de 19 a 22 de maio, em Brasília.
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