Política

Empresários reivindicam reativação de leitos e novas regras a Kalil

Vinte e quatro entidades empresariais enviaram ofício ao prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), reivindicando revisão de regras de funcionamento do comércio ante novo fechamento da capital. O pedido foi enviado nesta quinta (7), um dia depois que o prefeito anunciou suspensão dos setores não essenciais. A medida vale a partir da próxima segunda (11) e foi tomada pela 3ª vez por conta do agravamento da pandemia do coronavírus.

De acordo com o prefeito, Belo Horizonte chegou no “limite” da Covid-19 e que tentou manter a cidade aberta com os serviços não essenciais. No entanto, os números acabaram subindo, chegando a índices alarmantes. Um decreto será publicado nesta sexta (8), oficializando as mudanças.

Opção pelo diálogo e sem confronto

A opção das entidades pelo diálogo foi tomada após reunião das entidades representativas de diversos setores econômicos da capital. “O objetivo é apresentarmos sugestões e propostas viáveis para que o comércio de Belo Horizonte não sofra ainda mais prejuízos. E alternativas para amenizar os impactos que um novo fechamento trará ao comércio da cidade. Queremos discutir as novas regras para o funcionamento do comércio da capital, preservando vidas e a saúde da economia da cidade”, justificou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.

No documento, a entidade reafirma que não há nenhum dado que correlacione o aumento do número de casos graves com a reabertura do comércio. Junto da flexibilização das regras, a CDL/BH reivindicou a reativação de leitos desativados. Segundo a entidade, em 4 de agosto, quando teve início a reabertura gradual do comércio, havia 424 leitos de UTI para tratamento de Covid-19. A taxa de ocupação era de 85,8%, o equivalente a 364 leitos.

Reabertura de leitos pode aliviar

No dia 5 último, o Boletim Epidemiológico da prefeitura registrou 247 leitos de UTI ativos, com uma taxa de ocupação de 87,9%, o equivalente a 217 leitos. Teriam sido fechados 177 leitos, ou seja, uma redução de mais de 40%. “Caso os 424 leitos estivessem funcionando, hoje teríamos uma taxa de ocupação de 51%, índice bem abaixo do atual”, afirmou Marcelo de Souza e Silva. A CDL/BH informa que está computando somente os leitos da Rede SUS.

O dirigente ainda defendeu a busca do diálogo com a administração para chegar à melhor alternativa para o funcionamento do comércio. E descartou participação em manifestações contra a decisão oficial. Em nota, a CDL/BH contestou informação que está sendo divulgada em redes sociais e aplicativos de mensagens sobre o assunto.

A entidade avisa que não irá participar de manifestação prevista para segunda-feira (11). A logo da entidade foi anexada como uma das organizadoras do evento sem autorização. “Acreditamos no poder das manifestações públicas, mas sabemos que o momento não é propício para estimular aglomerações”, ponderou.

PBH aponta índices alarmantes

De acordo com a prefeitura de BH, a taxa de ocupação dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19 bateu novo recorde, de 83,5%. Para efeito de comparação, o percentual de uso na terapia intensiva era de 44% no início de dezembro. A prefeitura alterou o critério de avaliação no último dia 18. Em vez de considerar a oferta em potencial, passou a colocar na conta apenas os leitos que realmente estavam à disposição da população.

À época, muitos dos leitos que eram considerados no balanço não poderiam voltar à ativa pela falta de pessoal (enfermeiros, técnicos em enfermagem e médicos). Kalil disse que abriu 46 leitos de terapia intensiva nas últimas 24 horas. No entanto, a propagação da doença, sobretudo os casos importados, preocupam a prefeitura.

Quase 2 mil mortos na capital

“São números impressionantes. Houve uma importação da doença surpreendente. Temos casos, hoje, em hospitais particulares de BH de uma família inteira e famílias inteiras, que passaram o Natal juntos, infectados e internados”, justificou o prefeito.

No boletim de terça (5), a Prefeitura informa que BH bateu a marca de 1,9 mil mortes. São 65.141 casos confirmados: 3.406 em acompanhamento, 59.834 já curados e 1.901 óbitos. Nesse balanço, a prefeitura adicionou novos 611 casos e mais seis vidas perdidas para a infecção.

Relação das entidades

Além da CDL/BH, outras 23 entidades esperam ser recebidas pelo prefeito. São elas: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG); Associação de Comerciantes do Hipercentro.

E mais, Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas); Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão). Associação Comercial do Barro Preto (Ascobap); Associação Mineira de Empresas de Moda – Instituto AMEM; Galeria do Ouvidor. Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI); Sindicato dos Estabelecimentos de Natação, Ginástica, Recreação e Cultura Física; Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais (Fecemg).

Ainda a Associação Mineira dos Supermercadistas (Amis); Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Participam também a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG); Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios de Belo Horizonte (Sincopeças).

E mais: Convention Bureau; Sindicato dos Transportadores de Escolares da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Sintesc). O Sindicato dos Trabalhadores de Salão de Beleza e Similares de Belo Horizonte (Sindbeleza); Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (ASSOVEMG). Ainda, o Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores de MG (SiproCFC); Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Assinam também o Sindicato das Empresas Locadoras de Automóveis do Estado de Minas Gerais (SINDLOC-MG). O Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuário e Armarinhos de Belo Horizonte (Sincateva) e a Associação das Concessionárias de Veículos de BH.

LEIA MAIS: Pandemia derruba comércio e crescimento dos últimos 2 anos

Orion Teixeira

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