Como na política convencional, um dos principais fatores de reeleição ou de continuidade de determinados grupos é a gestão aprovada pelos associados. Em alguns casos, o sucesso de determinada administração inibe até mesmo o surgimento de opositores. Foi o que aconteceu, nos últimos 30 dias, em pelo menos três de quatro entidades associativas de grande influência e peso político na administração pública e no sistema de Justiça.
Na Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), por exemplo, a presidente eleita ao próximo biênio foi a promotora Larissa Rodrigues Amaral. Na atual gestão, presidida pelo promotor Enéas Xavier Gomes, Larissa é a 1ª vice-presidente. A entidade integra mais de 1.500 promotores(as) e procuradores (as), entre ativos e aposentados e atua em defesa da carreira e do aperfeiçoamento do Ministério Público de Minas.
Na Associação dos Funcionários Fiscais de Minas Gerais (Affemg), a vice-presidente Sara Costa Félix Teixeira se elegeu presidente ao próximo triênio 2022/2024. Ela sucederá, em janeiro, a presidente Maria Aparecida Meloni Papá. No Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual (Sindifisco/MG), Edson Mateus (Edinho) foi confirmado para o biênio 2022/2023. Ele teve o apoio do atual presidente Marco Antonio Couto dos Santos.
Nessas três entidades, a eleição de chapa única e o comparecimento expressivo dos associados, em todo estado, confirmaram a aprovação sobre seus rumos.
Já na Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), a disputa foi acirrada, mas a situação saiu vitoriosa. O vice-presidente Administrativo da atual gestão, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, elegeu-se presidente ao próximo triênio com quase 70% dos votos, derrotando a oposição. Ele sucederá o presidente da entidade, desembargador Alberto Diniz Júnior.
Mesmo com as circunstâncias desfavoráveis à participação nas eleições – pandemia, a participação foi recorde nessas eleições. Outra marca destacada é que o resultado eleitoral consolidou a linha de trabalho das gestões. Em vez de confrontos, a atuação foi baseada no diálogo e na articulação e fortalecida pelas parcerias com outras entidades.
“É com muita honra e imensa satisfação que presidirei a AMMP, com 68 anos de história. Promotora de Justiça há 17 anos, integro os quadros da Diretoria da AMMP desde 2016, e tive a oportunidade, no último biênio, de exercer a Vice-Presidência, assessorando o presidente Enéias Xavier Gomes, com quem aprendi que coragem e ponderação são indissociáveis na função de um líder”, acentuou Larissa Amaral.
Ela atribuiu sua eleição ainda às conquistas recentes da atual diretoria, como a possibilidade de promotores de Justiça concorrerem ao cargo de procurador-geral de Justiça (PGJ). E mais, a atuação da entidade na reforma da previdência e garantia de migração ao regime de previdência complementar estadual (PEC 05/2021), entre outras. Primeira mulher a dirigir a AMMP, adiantou que atuará contra tentativas de retrocesso e de enfraquecimento da carreira, além de incentivar a participação das mulheres em posições de liderança.
De acordo com Sara Felix, sua eleição indicou que os associados da Affemg aprovaram o trabalho desenvolvido desde 2004. “Foram diretorias muito comprometidas com o interesse do associado e também com o que os auditores fiscais consideram importante do ponto de vista da receita para o Estado de Minas Gerais”, avaliou. Reconheceu que as últimas gestões buscaram sempre aprimorar o trabalho, “oferecendo mais e melhores serviços, sempre antenadas com as necessidades e as oportunidades”.
Edinho, que toma posse nesta quinta (16) no Sindifisco, adiantou que sua gestão dará continuidade ao trabalho que vem sendo realizado. “Com muita luta e articulação, colocando os interesses da classe fiscal em primeiro lugar. A categoria deu sua participação e tivemos uma votação expressiva”, comemorou.
O juiz Luiz Carlos Rezende e Santos apontou que o trabalho feito na atual gestão da Amagis foi fundamental para sua eleição e continuidade do projeto que guia a entidade há 14 anos. “Daremos continuidade e iremos fortalecer a boa interlocução que a Amagis cultiva junto aos três Poderes e associações parceiras em defesa das carreiras e do aprimoramento do Judiciário”, pontuou o magistrado.
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