No próximo dia 27, o presidente do Senado, o mineiro Rodrigo Pacheco, filia-se ao PSD, partido que já abrigou o ex-presidente JK, disposto a fazer como ele: ser candidato presidencial. O projeto dele é ser o nome da 3ª via em 2022, contra a atual polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (sem partido). A saída dele do DEM, que se funde ao PSL para se chamar União Brasil, já foi comunicada ao presidente da legenda, ACM Neto.
Sendo assim, Minas poderá ter novamente um candidato disputando a Presidência da República após oito anos e em um contexto bem diferente. Como candidato, Pacheco poderá ter uma base forte a partir da Região Sudeste. Em Minas, terá o palanque do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que pretende disputar o Governo de Minas. Em São Paulo, o ex-governador Geraldo Alckmin pretende se filiar ao mesmo partido e disputar o governo paulista novamente.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes, hoje, talvez, a maior liderança daquele estado, também irá se filiar ao PSD, mas não pensa em sucessão estadual. Com essa frente de lideranças, o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, sonha eleger a maior bancada federal no Congresso Nacional e influenciar os destinos da República.
Tudo somado, se Pacheco for mesmo candidato a presidente pelo partido de Kalil, vai deixar o governador Romeu Zema (Novo) numa saia justa. Zema planeja disputar a reeleição apoiando a candidatura de reeleição do presidente Bolsonaro, como defende seu marqueteiro. Se ignorar a candidatura presidencial de um mineiro para ficar com um que está com rejeição em alta pode sofrer desgastes. Se pedir voto para Pacheco, vai ajudar o concorrente ao governo. Crescendo, Pacheco puxa o crescimento de Kalil.
De outra parte, a pré-candidatura presidencial de Lula estaria à frente da de Bolsonaro em Minas, numa relação de 2 a 1. Ou seja, tem eleitor de Zema, que está com cerca de 40%, optando pelo petista. Com certeza, o governador mineiro não irá estimular essa dobradinha, mas, quando o eleitor de Lula descobrir que Zema está com Bolsonaro, ele tende a perder votos.
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