Política

Nem Lula nem as companhias na Bolsa B3

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em respostas às acusações de corrupção em seus governos 2002-2006 e 2007-210, respondia mesma coisa. “Não sabia de nada”. Essa era a reação frequente do político nos inquéritos e audiências das investigações da Operação Lava Jato. Na Bolsa B3, as companhias também nunca sabem o porquê de interesses atípicos por suas ações nos pregões.

Lula foi condenado e preso (abril de 2018) pela Justiça de 1ª Instância. O Supremo Tribunal Federal (STF), entretanto, determinou soltura e anulação dos julgamentos dos processos. A Corte entendeu que o foro não deveria ser Curitiba (PR), mas São Paulo. STF, entretanto, não o absolveu, apenas determinou novo foro para julgamento dos processos. Todavia, só reabrirá os processos após Lula sair da presidência, em janeiro de 2027.

Companhias abertas enrolam Bolsa B3 e CVM

No mercado da Bolsa de Valores B3 (Brasil. Bolsa. Balcão) acontece algo parecido. Toda vez que há movimentação financeira considerada “atípica” com ações do capital de uma companhia listada, a B3 questiona. Por vezes, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia federal e reguladora do mercado.

As companhias consultadas, em geral, respondem de modo padronizado: dizem desconhecer “quaisquer fatos que possam justificar” tais atipicidades. As autuações da Bolsa e da CVM viraram meros fatos recorrentes, pois, raramente resultam em investigação e e/ou punição.

Papéis da Gerdau movimentaram R$ 769 milhões

Pois bem. Nos pregões de 22 de dezembro e 09/01, a B3 desconfiou das “oscilações registradas” em valores com as ações preferenciais (PN) da Metalúrgica Gerdau S.A (Grupo Gerdau). As transações, de R$ 769,368 milhões, ocorreram em dez pregões, até às 16h41 de 09/01.

A Gerdau, em resposta ao pedido de justificativa, seguiu o mandamento miliciano do pregão. “A Companhia não tem conhecimento de quaisquer fatos que possam justificar eventuais oscilações atípicas na movimentação de ações da Companhia”. O documento à B3 foi assinado pelo vice-presidente executivo e diretor de Relações com Investidores, Rafael Dorneles Japur.

A siderúrgica gaúcha, entretanto, puxa um rosário de situações mal resolvidas pela dupla B3-CVM. É comum, entretanto, os questionamentos serem filhas da pressa de mostrar serviço.

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Nairo Alméri

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