Empoderado pelo estreito alinhamento com o governo Lula, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), anuncia nos próximos dias um projeto para renegociar a dívida de Minas. Um dos protagonistas da alternativa ao malfazejo Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o senador por Minas irá alterar a proposta anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Como quem diz “esse projeto é meu”, Pacheco vai resgatar e fortalecer pontos como a federalização das estatais. Haddad estabeleceu teto de 20% para o abatimento da dívida com a transferência das empresas, mas Pacheco quer um percentual maior para incluir a Cemig, além da Codemig. Os ajustes serão feitos juntamente com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Tadeu Leite (MDB). Ambos são autores da alternativa à adesão de Minas ao RRF.
No dia 27 de março, em entrevista à imprensa, Tadeu Leite adiantou que Minas deveria ter um “prêmio maior” no abatimento de sua dívida pela possibilidade de entregar um número maior de suas estatais. “Estudos estão sendo feitos pela equipe técnica da Assembleia”, adiantou ele. Ainda no campo do abatimento, o senador deverá incluir também ativos como os créditos usurpados pela Lei Kandir, que, no caso de Minas, somam magros R$ 8 bilhões após a tungada federal de mais de R$ 100 bi. Além disso, será mais generoso no modelo de refis para os estados, baixando juros e promovendo descontos facilitadores.
Outro ponto que sofrerá revés é a vinculação que o governo federal pretende fazer com a redução do pagamento da dívida à educação profissionalizante. Na avaliação de alguns, os estados não conseguiriam cumprir a demanda de investimento na educação de jovens para o trabalho. As mudanças do senador estarão no projeto que ele irá apresentar e encaminhar no Congresso Nacional, para que não sejam ignoradas e tenham tramitação rápida. Caberá ao presidente Lula, ao final, vetar parcialmente ou não a matéria de autoria de um de seus principais aliados no Legislativo.
Apesar do desacordo de cavalheiros e, como dizem lá na prefeitura, da saída pela porta da frente, a família Aro ficou gravemente ferida com a perda de quase 80 cargos. O Diário Oficial da meia-noite de terça (2) e de quarta (3) impõe sérios riscos ao chefe da família, Marcelo Aro (secretário da Casa Civil de Zema).
Como descendente de sírio-libanês, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), tentou parcelar, mas não foi possível. Na última canetada dele, 49 perderam os cargos após intensa pressão nesta semana. Hoje, o número chegará a 74. Juntos, somam R$ 440 mil mensais em salários. Um bom negócio para quem vive da política.
Estão calculando agora os prejuízos políticos para o futuro. A dois dias do fim da janela partidária, a montagem de chapas para vereador (a) ficará mais difícil. Como não há vácuo na política, lideranças do União Brasil e do Cidadania apresentaram suas listas ao prefeito.
Como os de outros estados, deputados federais mineiros deixaram o trabalho em Brasília e agitaram a cena política e os bastidores da capital. A movimentação aproveitou o fim da janela partidária para atrair aliados em seus partidos. Houve promessa e muita cobrança pela liberação do fundo partidário para as campanhas eleitorais. Por enquanto, os pré-candidatos voltarão para o interior apenas com as fotos que posaram ao lado das lideranças para exibir ao eleitorado.
(*) Publicado no jornal Estado de Minas
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