Por conta da pandemia, que limitou as campanhas eleitorais, e da gestão aprovada, os atuais prefeitos foram favorecidos com a reeleição. Eles quebraram a sequência de queda nas últimas disputas e alcançaram, agora, o maior índice de reeleição da história. Em todo o país, foi de 63%; na sucessão passada, foi de 21,3%. Em Minas, um total de 345 deles ganharam mais quatro anos de mandato em um dos mais altos índices de reeleição, 40,63%. Em 2016, ele foi menor, de 24%.
Quando foi instituída a recandidatura, em 2000, o percentual de prefeitos reeleitos foi de 38,4%; em 2004, caiu a 24,6%; em 2008, subiu a 37,8%. Nas eleições seguintes, votou a cair: em 2012, baixou para 27,2% e, em 2016, alcançou o índice mais baixo, de 21,4%.
“O eleitor mudou o perfil, não quer extremos, quer o centro, mais diálogo, mais experiência e menos aventureiros”, observou o presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Julvan Lacerda, que é também prefeito de Moema (oeste mineiro). Ele reconheceu que a eleição foi atípica por conta da pandemia e seus reflexos.
“Quem estava bem conseguiu se reeleger. Muitos, no entanto, tiveram desgastes por conta das restrições que a pandemia obrigou. No interior, a proximidade com as pessoas provocou reação muito forte. Não é a prefeitura, mas o prefeito que pagou a conta por isso. Ficam com raiva dele porque virou uma questão pessoal e mexeu no relacionamento entre as pessoas”, apontou Julvan Lacerda. Para agravar, disse, o presidente Bolsonaro criticava as medidas adotadas pelas prefeituras.
A pandemia deu visibilidade às ações dos prefeitos em defesa da saúde e impediu que a oposição tivesse espaço, já que não eram recomendadas as reuniões, aglomerações e manifestações de rua.
Embora tenha havido mais candidatos em disputa, a baixa participação dos eleitores pode impactou os resultados. Segundo dados do TSE, mais de 34,2 milhões de brasileiros deixaram de votar, o que corresponde a 23,14% do eleitorado (147.918.483). Do total, 3.903.129 votaram branco (2,64%) e 7.032.920 (4,76%), nulo. Ou seja, o percentual real de não voto (abstenções + votos brancos + votos nulos) foi de 30,54%.
O cenário que os prefeitos vão encontrar é desafiador, dado o impacto econômico do isolamento social, decorrente da pandemia. Julvan Lacerda advertiu para as dificuldades. “Estamos num cenário incerto. Neste ano, houve injeção de recursos tanto públicos quanto privados na economia dos municípios, por causa da pandemia, que deram certa estabilidade às prefeituras”, disse.
“A hora que esse dinheiro não for mais injetado, com as despesas sempre aumentando e as receitas estagnadas haverá sofrimento. Tanto para quem tem boa arrecadação própria, como os mais ricos, quanto os que dependem de repasses constitucionais. Aliás, a maioria das cidades mineiras está nessa situação”, reconheceu.
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