Encerradas as eleições, as pesquisas sumiram nos últimos 40 dias, mas já estão de volta, mas, agora, com outro objetivo, o de avaliar o pensamento do brasileiro diante da nova realidade política.
Por isso, o instituto mineiro de pesquisas Quaest abriu um ciclo de três etapas chamado “O Brasil que queremos”. Ouviu 2.005 pessoas de forma presencial, entre os dias 3 e 6 de dezembro, para traçar o panorama das expectativas dos brasileiros para o próximo governo, além das avaliações pós-eleição.
De acordo com os dados, 41% acham que o presidente eleito, Lula da Silva (PT), está se saindo melhor do que o esperado nas preparações do novo governo nesse período de transição. Apenas 24% acham que ele está pior do que eles imaginavam.
Apesar da polarização e da contaminação do pensamento político, entre bolsonaristas e antibolsonaristas, 93% dos brasileiros torcem para que Lula faça um bom governo. Uma minoria, de 5%, fará torcida contra. E 1% não soube responder.
Por outro lado, na economia, caiu o otimismo com melhoras na economia, de 75% para 48%. A razão deve estar associada com a descoberta, pela equipe de transição, do desmonte do governo e do endividamento do atual governo.
A maioria da população está desaprovando a reação de Bolsonaro (PL), de questionar o resultado da eleição, após ser derrotado por Lula. Em percentuais, 61% desaprovam colocar dúvida sobre as urnas, contra 34% que aprovam. Outros 5% disseram não saber ou não responderam.
No fim de novembro, o PL, partido de Bolsonaro, entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo para anular os votos de 59% das urnas usadas no 2º turno. O Tribunal rejeitou a ação e multou o partido em R$ 22,9 milhões por agir de má-fé.
Contratada pelo banco Genial, a Quaest também questionou o que os eleitores acharam do comportamento do presidente após o pleito: 45% acharam que ele reagiu mal, enquanto 41%, bem. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os dois pontos de vista estão empatados tecnicamente. 8% acharam que ele não reagiu nem bem, nem mal, enquanto 6% disseram que não sabem ou não responderam.
O presidente está recluso desde a derrota nas urnas, e não reconheceu publicamente a vitória do adversário. A pesquisa também questionou a opinião dos eleitores sobre as manifestações de apoiadores de Bolsonaro, que protestam contra o resultado das urnas. 45% acreditam que são antidemocráticas, mesmo percentual dos que pensam ser democráticas. Outros 11% disseram não saber, ou não responderam.
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