Sem candidatos próprios ou competitivos, rivais e partidos políticos batem cabeça sobre o rumo a ser tomado diante de uma polarização entre Alexandre Kalil (PSD) e Romeu Zema (Novo). Os dois devem se enfrentar na disputa pelo Governo de Minas no ano que vem. Diante desse quadro em formação, o tempo passa e a possibilidade de uma terceira via eleitoral vai ficando mais difícil para os maiores partidos, como o PT, PSDB, MDB e DEM. Em alguns casos, além da falta de nomes naturais, há estratégias políticas em curso.
O PT, por exemplo, está mais concentrado na viabilidade eleitoral do ex-presidente Lula na disputa presidencial. Por isso, quer buscar palanques fortes nos estados onde não tem candidato próprio. Os petistas até admitem conversar e se aproximar de Kalil, mas o estilo do prefeito não é de muita conversa e costura.
Até hoje, Kalil não se mexeu ou procurou conversar com o PT, receoso de eventuais vinculações. Ainda assim, recebeu visita do presidenciável petista Fernando Haddad, para conversa amistosa e sem compromissos na prefeitura. Em resumo, representou um gesto do PT pelo diálogo.
Em Minas, o partido não tem um nome competitivo. O ex-governador Fernando Pimentel admitiu voltar à disputa eleitoral do ano que vem, mas disse, em entrevista à TV Band, que irá seguir as orientações de Lula.
O coordenador político de Kalil, o secretário de governo, Adalclever Lopes, vive dificuldades em seu próprio partido, o MDB. Sua intenção é atrair a legenda para aliança com o prefeito nas eleições do ano que vem. Para isso, atuou para retirar do comando partidário o atual presidente, deputado federal Newton Cardoso Jr., que, ao contrário, teve o mandato prorrogado por mais um ano. Newton tem simpatia pela reeleição do governador Zema, mas usa discurso de candidatura própria enquanto o partido permanece dividido.
O DEM aguarda definição de seu principal nome, que é Rodrigo Pacheco, atual presidente do Senado, cujo mandato é de dois anos, até janeiro de 2023. Recém-eleito, não demonstra tempo nem disposição para disputar o governo estadual. O PSDB está mais próximo de Zema do que de Kalil. O líder do governador na Assembleia é o tucano Gustavo Valadares e a nova secretária de Planejamento do Estado é Luiza Barreto, tucana da nova geração.
Outros dois nomes buscam se cacifar para a disputa, o presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV) e o presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Julvan Lacerda. O primeiro apoiou a eleição de Zema em 2018, e hoje pensa em lançar-se a governador ou integrar a chapa majoritária, como vice ou candidato ao Senado.
Filiado ao MDB, Julvan Lacerda se articula para a disputa ou, no plano B, integrar uma das duas eventuais chapas da polarização. Em ambos os casos, vai precisar da união partidária para sustentar suas pretensões.
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Melhor chapa seria Zema e Julvan