Arnaldo Silva faz desabafo no plenário, foto Guilherme Dardanhan/ALMG
A luz amarela deve estar acesa no gabinete do secretário de Governo, Gustavo Valadares (PMN), responsável pela articulação política entre o governo Zema e deputados estaduais. Há um ‘princípio de incêndio’ na base apontada como ‘sólida’ do governador na Assembleia. Está começando a derreter e a fazer água.
O partido Novo de Zema defenestrou o partidário Igor Eto dessa Secretaria e o trocou por Valadares, deputado estadual experiente, mas o modus operandi continua o mesmo. A constatação não está sendo feita só pela oposição, ao contrário, os próprios aliados estão fazendo esse papel e atacando o governo Zema.
Nessa terça (29), o deputado Arnaldo Silva (União) criticou a postura do governo mineiro com relação aos deputados: “não quer ouvi-los e desconsidera a atuação dos parlamentares”. O que mais irritou a base de apoio de Zema é que ele decidiu zerar os compromissos assumidos pelo ex-secretário Igor Eto e recomeçar o atendimento.
Integrante da base de apoio ao governador, Arnaldo é o presidente da principal Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), pela qual todos os projetos precisam passar para serem aprovados. Ele tem o poder de decidir quais textos serão votados e quais ficarão engavetados. As críticas ao governo foram endossadas por Noraldino Júnior (PSC), outro aliado do governador na Assembleia.
“O sentimento que eu tenho alimentado a cada dia é um sentimento de desconsideração e até mesmo de desprezo por parte de alguns órgãos e secretarias do governo do Estado”, discursou Arnaldo Silva durante reunião de plenário nesta terça-feira. “É um sentimento que eu percebo vem tomando conta desta Casa: de um governo que parece que não quer ouvir o Legislativo, que desconsidera a atuação parlamentar”, continuou o deputado.
Ele citou como exemplo o fato de ter realizado diversas reuniões com o governo nos últimos meses para diminuir a fila de cirurgias eletivas no Triângulo Mineiro. E mais, retomar as obras da Hidroex em Frutal (Pontal do Triângulo) e colocar em vigor lei aprovada em 2014 que permite que pessoas com deficiência possam tirar carteira onde vivem. “Não foi uma, duas ou três vezes que eu bati na porta do governo para buscar solução”, disse Arnaldo.
Já Noraldino disse que algumas palavras perderam o sentido. “A palavra respeito, a palavra dignidade e a palavra credibilidade. Credibilidade não se constrói com palavras, mas com ações e exemplos. Eu acho que Vossa Excelência traz um alerta e um desabafo que grande parte dos parlamentares tem vontade de falar. Vossa Excelência me representa em todas as falas no dia de hoje”, disse, em referência a Arnaldo Silva.
As reações são a principal razão pela qual o governador enviou proposta de emenda constitucional (PEC) para reduzir de 48 para 39 deputados o voto qualificado para matérias importantes. Entre essas, a privatização de empresas estatais, como a Cemig e a Copasa. Ou seja, não confia em sua base. Em outro erro de encaminhamento, o governo enviou a proposta para a Assembleia sem construir uma base de apoio à sua aprovação. Agora, terá que conversar com um por um. O governo quer reduzir o número do voto qualificado, mas para aprovar a mudança não poderá contar com isso. Vai precisar de 48 dos 77 deputados. Ninguém do governo ou líder dele quis se manifestar sobre o assunto.
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