De vários partidos, os deputados aliados do candidato único a presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Tadeu Leite, o Tadeuzinho (MDB), estão em êxtase pelo feito político. São parlamentares de oposição e até de apoio ao governo Zema (Novo), que, juntos, sustentam o favoritismo do emedebista, provocando a desistência dos concorrentes. As eleições acontecem no dia 1º de fevereiro, o mesmo da posse dos eleitos e reeleitos.
Chamados de ‘time do Tadeuzinho’, eles driblaram pressões, arrogância, chantagens e imposições que vieram de todos os lados, na disputa pelo comando do Legislativo. Entre os rivais, bateram, além do governador reeleito Romeu Zema, secretários, caciques partidários e até o fogo amigo de um ministro de Lula, Alexandre Silveira (Minas e Energia).
Fortalecido pela reeleição, Zema 2.0 tentou mostrar força política pela força. Chegou a ter quatro aliados como candidatos a presidente; preteriu dois e abraçou a candidatura de seu líder, Roberto Andrade (Patriota). Quando perdeu o apoio do PL, buscou, desesperadamente, trocar o candidato para evitar a derrota e resgatar um dos dois preteridos. Também não deu certo.
O desespero o levou a apostar numa fórmula heterodoxa de apoiar o candidato do partido, o PSD, que derrotou nas eleições de quase quatro meses atrás. No auge da perplexidade governista, desembarcou, na capital mineira, o ministro Alexandre Silveira. Como presidente regional do PSD, partido que tem a segunda maior bancada na Assembleia, decidiu entrar no jogo para dar uma mãozinha, não aos aliados, mas ao governador Zema. O mesmo que, 15 dias atrás, havia acusado, sem provas, o governo Lula de ter feito “vistas grossas” diante dos ataques golpistas em Brasília, no último dia 8. E mais, disse que a intenção era se passar por “vítima”.
Ainda assim, Silveira surgiu com uma solução que julgava milagrosa e acabou desastrosa. Em jantar no último sábado com o vice-governador Mateus Simões, Silveira propôs a “candidatura de consenso”, que seria encabeçada pelo deputado Duarte Bechir de seu partido. E que teria o apoio dele e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).
A estratégia naufragou 48 horas depois, e não teve repercussão. O erro aí foi não ter combinado com os aliados do ministro, muito menos compreendido o que se passa no Legislativo mineiro. O que fez de Tadeuzinho favorito não foi ser de oposição ou independente, mas de representar um pensamento reinante ali. Entre governistas e oposicionistas, é forte a defesa da continuidade da independência do Legislativo perante o Executivo. Os deputados rejeitam a interferência de fora, seja do governo mineiro ou federal, ou ainda, de presidentes nacionais dos partidos deles.
De sua parte, o governo percebeu o erro, recuou da nova investida e chamou Tadeuzinho para conversar. Comedido, Zema fez apelo para que seus projetos prioritários fossem votados na Assembleia. O futuro presidente da Assembleia disse que não será oposição, mas que também não lhe cabe o papel de líder do governo. E mais, que a decisão final será sempre dos 77 deputados estaduais em plenário e não dele. Ou seja, cabe ao governo e a seus líderes fazerem o trabalho de convencimento, respeitando a soberania da maioria. Sempre foi simples assim.
Do lado de Alexandre Silveira, ficaram controvérsias e desconfianças. “Foi uma quebra de confiança criada na campanha. Superamos nossas divergências e abraçamos a candidatura dele ao Senado diante do apoio dele à candidatura de Lula. Agora, ele vem e faz isso sem a menor consideração, sem nos ouvir”, disse um dos líderes petistas, admitindo que a relação ficou estremecida. Tanto é que haveria um encontro do ministro com a bancada federal do PT, em Brasília, e foi cancelado pelos petistas. Dizem até que a direção do partido irá se manifestar.
“Ele fez uma lambança. Ainda se uniu ao deputado federal Marcelo Aro (PP), que disputou a eleição contra ele ao Senado. Pra nós, foi um desgaste e uma decepção, mas, quem tem DNA, é difícil mudar”, disse outro petista. A postura do ministro dividiu as avaliações. Para uns, estava jogando como pré-candidato a governador em 2026; outros, que iria indicar nomes para cargos estratégicos no governo mineiro.
O ministro contestou as críticas. “Sou presidente do PSD/MG e secretário-geral nacional, além de fundador. Sempre afirmei que a bancada tem completa autonomia pra encaminhar. O encaminhamento sempre foi candidatura própria, o que teria meu apoio total e irrestrito. Fora isso, acompanharíamos a mesma aliança da eleição”, disse o ministro ao site ALÉM DO FATO.
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