Uma trapalhada governista provocou rebelião entre os deputados e deixou, nesta quarta (3), o governo Zema (Novo) sem formação de bloco parlamentar na Assembleia Legislativa. A manobra equivocada envolveu o secretário de Governo, Igor Eto, e os deputados Roberto Andrade (Avante) e José Guilherme (PP). Os dois parlamentares convenceram o secretário de que conseguiriam levar para o bloco mais dois partidos, o Podemos e o PP, fechando o bloco com 21 votos.
Para isso, esses dois partidos deixariam os blocos independentes aos quais pertenciam. A mudança causou revolta entre vários deputados e até mesmo em líderes governistas que não foram consultados. O líder tucano, Gustavo Valadares, ameaçou deixar o bloco, o que reduziria o bloco de 21 para 15 deputados, inviabilizando a formação que, para ser oficializada, exige a presença de, pelo menos, 16 deputados.
Bombeiros entraram no circuito para evitar a debandada tucana e o futuro do secretário Igor Eto. Ao perceber a crise no campo governista, o próprio presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV), se manifestou para salvar a pele do coordenador político do governo. “Os entendimentos demonstram não só a altivez do secretário, mas a sua compreensão, o seu trabalho e a sua dedicação para que a democracia, o Parlamento mineiro e o interesse maior que nos move, que são os mineiros e mineiras, estejam sempre acima de todos os demais interesses ou colorações partidárias”, afirmou Agostinho Patrus.
Hoje, com os ânimos serenados, deputados deverão contornar a situação para impedir o esvaziamento da base de Zema. Sem bloco, os aliados dele não poderão participar de comissões temáticas, que discutem os projetos que tramitam e serão votados na Casa.
Fora do campo governista, foram formalizados dois blocos partidários. Um deles, o bloco independente, com 39 deputados, e o Bloco Democracia e Luta, de oposição ao governo, com 17 parlamentares. O bloco independente reúne 11 partidos: MDB e PSD (com sete parlamentares cada); PV (6 parlamentares); PSL (5 integrantes). E mais, o PTB e Republicanos (três parlamentares cada); Cidadania, PDT e Patri (dois integrantes cada); DEM e PRTB (1 parlamentar cada).
O Bloco Democracia e Luta, de oposição, reúne sete legendas: PT (9 parlamentares); PL e PSB (2 integrantes cada); PCdoB, Pros, Psol e Rede (1 parlamentar cada).
Com isso, 21 deputados de sete partidos ainda permanecem fora desses dois blocos: PSDB (6 parlamentares); Avante, Novo, Pode e PSC (3 integrantes cada), Solidariedade (2 parlamentares) e PP (1 deputado). Se superada a trapalhada, há expectativa de união dessas legendas para a formação de um bloco governista.
Somente após a formação dos blocos é que a Assembleia iniciará os trabalhos legislativos, com a distribuição das comissões parlamentares, que é feita proporcionalmente ao tamanho das bancadas.
MDB (7)
PSD (7)
PV (6)
PSL (5)
PTB (3)
Republicanos (3)
Cidadania (2)
Patriotas (2)
PDT (2)
DEM (1)
PRTB (1)
Total: 39 deputados
PT (9)
PL (2)
PSB (2)
PCdoB (1)
PROS (1)
PSOL (1)
Rede (1)
Total: 17 deputados
O bloco governista ainda não foi formalizado, mas a composição deve se dar dessa forma:
PSDB (6)
Novo (3)
Podemos (3)
Avante (3)
PSC (3)
Solidariedade (2)
PP (1)
Total: 21 deputados
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