Zema copia Michel Temer e impõe teto de gastos, foto Cristiano Machado/ImprensaMG
Numa canetada, Zema editou decreto 48.886, nessa quarta (28), baixando o teto de gastos para as despesas primárias anuais. A decisão foi oficializada poucas horas depois do acordo com o governo federal sobre a dívida de Minas, de R$ 165 bilhões. Pelo acerto avalizado pelo STF, foi homologada também a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que exigia a aprovação do teto de gastos pela Assembleia Legislativa.
Com o decreto, ficam congelados os salários dos servidores estaduais, a progressão nas carreiras e a suspensão de concursos pelo período que durar a adesão ao RRF. A edição da medida atropelou a Assembleia Legislativa a exemplo do que ocorreu quando o Estado aderiu ao RRF por meio de liminar do Supremo Tribunal Federal no ano passado.
No mesmo dia de ontem, a Assembleia havia pautado a votação do projeto PLC que impunha o mesmo teto de gastos. Por conta do decreto, o presidente Tadeu Leite tirou de pauta o projeto. O gesto de Zema foi movido pela desconfiança junto aos deputados ou pela certeza de que não teria os 39 necessários à aprovação.
As decisões do governo federal e do governo mineiro geraram revolta entre os deputados, especialmente os de oposição e que são aliados da gestão de Lula (PT). Sentiram-se traídos pela cumplicidade do petista e por não terem sido avisados. Outro silêncio que incomodou a todos foi do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), autor do projeto que renegociava a dívida sem os efeitos danosos aos servidores. Não se manifestou.
A indignação envolveu os deputados petistas. Confira as reações em grupo de Zap: “O STF aceita tudo… a União tb. Uma vergonha!!!”. “Nossa briga ao longo desse tempo foi em vão… nosso próprio governo (Lula) assina o RRF do jeito que está na lei atual”; “O RRF está homologado na forma da lei, ou seja, do jeito que o Zema sempre quis, ou melhor, com o apoio e entendimento do nosso querido Governo Federal. Lastimável!!! Lamentável sermos surpreendidos assim…”. “Me lembro da nossa primeira visita em Brasília quando o Haddad (ministro da Fazenda) nem sabia detalhes sobre… poderiam ter nos envolvido mais no desfecho”.
E mais: “Zema entrou para história, o 1º governador a passar a perna na ALMG. Ingressou no RRF sem autorização da ALMG e de quebra institui o Teto de gastos por DECRETO, duas pernadas em um único dia!”
Minas é o único caso de estado que aderiu ao RRF e impôs o teto de gastos sem autorização legislativa. “O teto de gastos por decreto é uma ilegalidade praticada por quem não tem voto no legislativo”, reforçou a deputado Beatriz Cerqueira (PT). No início da noite, ela e outros oito deputados de oposição protocolaram projeto de resolução na Assembleia, sustando os efeitos do decreto de Zema. “Entretanto, insta observar que tais regras e mecanismos de limitação do crescimento das despesas, pelo seu conteúdo, devem tramitar sob a forma de projeto de lei complementar (PLC), em atendimento ao disposto no art. 159 da Constituição do Estado”, justificaram.
Já o governo Zema comemorou a adesão, afirmando que a medida evitará colapso das contas públicas. Em vez de pagar R$ 8 bilhões neste ano, irá pagar só R$ 1 bi. Garantiu ainda que, se o projeto de Pacheco for aprovado, irá migrar do RRF para essa alternativa. Os deputados não acreditam na promessa.
Este 29 de agosto marca os 200 anos da assinatura do Tratado do Rio de…
Após as declarações desconectadas da realidade e até do bom senso, o governador Zema (Novo)…
A holding Energisa S.A., dos segmentos de distribuição e geração, captará R$ 3,910 bilhões para recompra (aquisição…
Em encontro inédito, nessa quarta (27), em BH, o superintendente regional do Trabalho, Carlos Calazans,…
O ex-presidente do Tribunal de Justiça de Minas, desembargador Nelson Missias de Morais, criticou em…
Perto daquelas horas de decisão, o presidente Lula (PT) volta a Minas, nesta sexta (29/8),…