Governador Romeu Zema (Novo) e o deputado estadual Bruno Engler (PL), fotos Gil Leonardi/ImprensaMG e Sarah Torres/ALMG
Apesar da identidade ideológica e da parceria na Assembleia Legislativa, o governador Zema guarda mágoas de alguns aliados que, em sua visão, o traíram. Há um ano, em janeiro de 2023, Zema ligou para o deputado bolsonarista Bruno Engler (PL), para cobrar-lhe apoio ao seu candidato na eleição da presidência da Assembleia. Além de ser, à época, seu vice-líder, o governador pedia reciprocidade ao empenho que dedicou à campanha de reeleição de Bolsonaro. Ante a negativa, o governador ficou irritado e chegou a dizer: não conte comigo na eleição para prefeito de Belo Horizonte.
A advertência foi testemunhada pelo então secretário de Governo, Igor Eto, e por um dos candidatos de Zema para chefiar a Assembleia. Ele teve quatro candidatos que não se viabilizaram: os deputados Gustavo Valadares (hoje, secretário de Governo no lugar de Igor), Roberto Andrade (Patriota), Antonio Arantes (PL) e Duarte Bechir (PSD). Ao final, vendo-se derrotado pela jovem e emergente geração de políticos, Zema se rendeu e apoiou o candidato eleito, o atual presidente da Assembleia, Tadeu Leite (MDB).
Um ano depois, Zema recorreu à memória e abriu 2024 lançando sua secretária de Planejamento e Gestão, Luiza Barreto (Novo), como pré-candidata à Prefeitura de BH. Seus aliados não acreditam no êxito eleitoral dela, mas a iniciativa servirá para blindar o governador de cobranças. Tendo candidata, não terá de apoiar Engler, nome mais próximo de seu campo político. E nem exibir a simpatia pelo atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que apoiou Lula (PT) e que busca apoio do petista na reeleição. Em caso de 2º turno entre eles, Zema terá que rever uma das posições.
Além de ficar competitivo, o prefeito de BH, Fuad Noman, busca sair do isolamento político na pré-campanha à reeleição. Os aliados dizem que chegará a hora de se mexer mais e confirmar o projeto eleitoral. O quadro atual não é estimulante. Dentro do próprio partido, ele sofre boicotes e ameaças de dissidências impactantes; fora, aliados, como o PT e outros partidos de centro-esquerda e da esquerda, anunciam pré-candidatos.
Nesse campo, no centro e na extrema direita, vai virar caixa de pancadas pela estratégia eleitoral deles. Na base aliada, tem apoio de vereadores, mas todos irão buscar o caminho mais fácil para suas próprias reeleições. Fuad não manifesta ansiedade, mas está correndo, literalmente, contra o tempo, o bom e o mau, para ter melhores chances. Até abril, deverá confirmar se vai disputar e por qual legenda; até agosto, terá que crescer nas pesquisas para afugentar dissidências e o isolamento.
(*) Publicada no jornal Estado de Minas
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