Política

Zema propõe acabar com parcelamento de policiais em 5 de dezembro

O governo Zema (Novo) vai extinguir o parcelamento de salários, inicialmente, para os policiais militares e civis, voltando a pagá-los até o 5º dia útil, a partir do mês de dezembro deste ano. Essas serão as duas respostas do governo, a serem dadas na próxima segunda (16), às três reivindicações das categorias do setor. Os integrantes das forças de segurança são formados por policiais militares e civis, bombeiros, agentes penitenciários e outros. A reunião acontecerá, às 14 horas, na Cidade Administrativa (sede do governo mineiro).

Uma terceira proposta será o pagamento do 13º salário deles em três parcelas a partir de dezembro. Essa medida só ocorreria em caso de insucesso da operação na qual, por meio da Codemig (estatal do nióbio), o estado não consiga o dinheiro para pagar o 13º salário de todos os servidores. Os recursos obtidos aí seriam suficientes para também extinguir o parcelamento do conjunto geral do funcionalismo no final do ano. As informações foram adiantadas ao site ALÉM DE FATO pelo secretário de Planejamento, Otto Levy. Junto com o secretário da Fazenda, Gustavo Barbosa, eles irão formular as propostas.

Propostas não serão suficientes

Apesar da priorização dada às categorias da segurança, as propostas do governo atendem parcialmente às reivindicações dos policiais militares e civis. Além dessas duas (fim do parcelamento e pagamento até o 5º dia útil), eles cobram reposição salarial de 28,68%. Em seu esforço fiscal e de gestão, o estado argumentará que tudo tem feito e dado tratamento especial aos operadores da segurança pública.

Isso será motivo de estresse. Nos últimos dias, cresceu significativamente, e até saiu do controle das lideranças oficiais e associativas, o movimento dissidente. Esse incentiva a reação e a revolta da tropa contra, especialmente, a falta de reposição salarial, ou o não reconhecimento dela.

Cresce movimento dissidente na tropa

O movimento dissidente está se organizando, por meio da liderança do tenente-coronel Mendonça – o mesmo que ameaçou matar o governador e, depois, se retratou – para uma grande manifestação no dia 16. A iniciativa acabou por rachar o associativismo institucional deles.

Para se ter uma ideia da divisão no movimento de policiais, foram convocadas duas manifestações públicas para a semana que vem. Para o dia 16, dia da negociação com o governo, os dissidentes estão mobilizando 40 ônibus e 10 vans lotados, além de carros próprios, para trazer policiais do interior.

Já as 15 lideranças associativas e os oitos deputados (três federais e cinco estaduais) ligados ao setor convocaram o ato para três dias depois, 19, caso o governo não os atenda. A situação levou essas lideranças a gravarem vídeo no qual afirmam que “não cederão um milímetro sequer nas reivindicações”.

Como se trata dos servidores das forças de segurança pública, é possível que, ainda na segunda-feira próxima, o governo anuncie, pelo menos, um cronograma para conceder a reposição.

Judiciário determina multa contra excessos

Preventivamente, o governo acionou o Judiciário, que, por meio da 3ª Vara da Fazenda Pública, intimou a Associação Central Única dos Militares de Minas Gerais (Cume) e o tenente-coronel Mendonça. De acordo com a decisão, quaisquer excessos ou abusos, como bloqueio da Linha Verde (endereço da Cidade Administrativa e caminho do aeroporto de Confins), eles seriam multados em R$ 100 mil/dia. A mesma punição vale para invasão dos prédios do governo.

O fato é que a tensão da próxima semana chega perto daquilo que advertiu o novo secretário da coordenação política (de Governo), Bilac Pinto (DEM), sobre a grave situação fiscal do estado. Em conversa com o site ALÉM DO FATO, ele a comparou a um “barril de pólvora prestes a estourar”.

PM que ameaçou matar Zema será ‘expulso’ e pode se candidatar

Novo secretário compara Minas a “barril de pólvora” prestes a estourar

Orion Teixeira

Ver Comentários

  • Se for essa a resposta. Vai ser muito pior que na época do Eduardo Azeredo. Ai vai ficar incontrolável. Com certeza o Governador não vai fazer isso. Temos certeza

  • Não ceder um milímetro. Correto. Por que as forças de segurança estão com salários defasados há 5 anos e nenhum Governo chamou para o diálogo ? Legislativo, Judiciário, Ministério Público, etc, não precisam reivindicar nada, tudo já sai automaticamente, ou seja, aumentos constantes e os repasses, de forma prioritária. O que ganha um promotor em termos de penduricalhos é exatamente o salário de um policial. Há uma desproporção absurda. Juizes nem se fala, e sem nenhum escrúpulo, coagem os policiais a não buscarem seus direitos. Vão se catar cambada ! ...

    • E você quer que o Zema resolva o problema do caixa diferenciado do Judiciário e Legislativo? Me responda qual foi o governador que resolveu o problema? É mais fácil agora cobrar do atual, as contas que outros não honraram...

      • Aprenda de uma vez. A cobrança não é em face do cidadão Romeu Zema e sim do ente federado estado de minas gerais que é representado pelo governador eleito Romeu Zema. Ele ao se candidatar sabia da situação do estado então cabe a ele equacionar e resolver o problema, entrará para estória como o governador que acabou com os parcelamentos dos salários, ai sim sua carreira politica irá decolar, Não adianta fazer igual Pimentel fez, ficar quatro anos enrolando e culpando os outros passados. Essa é a temática da situação

      • O tratamento dispensado ao setor de segurança e a outras classes de funcionários públicos é cruel e covarde. Por que não ter todos os Governos dispensado tratamento igual para todos, inclusive JUDICIÁRIO, MP, LEGISLATIVO, ETC ? Se deixar, o pessoal da segurança vai chegar a menos de 2 salários mínimos, insuficiente até mesmo para o aluguel. O JUDICIÁRIO inclusive já proibiu greve e ameaçou com pesada multa. DANEM-SE.

        • Vai ficar nessa utopia de igualar o caixa dos 3 poderes o resto da vida e nenhum governador vai mudar a situação! É a realidade e não tem jeito...

    • Com certeza os policiais não aceitarão, nem passa na cabeça de nenhum policial que não vai haver a recomposição salarial de 5 anos. isso nunca aconteceu, a história está ai é só pesquisar. quando chega no ponto atual não tem volta.

  • Não adianta forçar a barra,caramba !!! A crise está instalada.O Estado gasta tudo que arrecada com servidores.A população está à míngua !!! Tem de equilibrar as contas primeiro porque senão arrebenta tudo de uma vez. Chegará a hora que funcionário público e aposentados nem receberão seus salários.

  • todos os brasileiros estao com dificuldades, não tem ninguem melhor que ninguem, todo profissional deve ser respeitado como ser humano ... se for para corrigir pagamentos parcelados ou ter aumento todos merecemos ... risco qualquer ser humano corre risco em casa e fora de casa e tambem no trabalho... e porque corrigir somente de uma classe ,... ninguem pode abusar de poder em detrimento de outros.

  • E o restante do funcionalismo que se explodam! É isso?
    Quando candidato falava abertamente, que não era possível privilegiar uma classe em detrimento de outra.

  • Reivindicação justa, até porque segurança, educação e saúde são as
    atividades mais importantes para os governos estadual e municipal. Se um
    procurador (que pertence ao Executivo), que trabalha meio expediente,
    não trabalha aos finais de semana e nos feriados prolongados (semana
    cheia), tira 3 meses de férias/recesso ao ano, não corre qualquer risco e
    possui somente um curso de Direito (com todo respeito, mas muito fácil,
    basta decorar) ganha R$ 69.000,00 mensais, por que policiais,
    professores e profissionais da saúde não podem ter salários dignos? P.
    S.: Sou liberal e favorável ao estado mínimo (no qual o Estado cuida
    basicamente de segurança, educação e saúde).

    • Como voce quer um estado minimo aumentando o gasto do mesmo, uma vez que aumentaria a tributação. Saúde, segurança e educação são serviços e não um direito.

      • Estado mínimo é oferecer os serviços básicos à sociedade, e não há nada mais básico que saúde, educação e segurança, que também são direitos, de acordo com a Constituição de 1988. Mas, a minha crítica é em relação aos supersalários de determinadas castas do funcionalismo, castas essas não essenciais.

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