No sábado (29), o governador Romeu Zema (Novo) deu início, pode-se dizer, ao seu segundo mandato, o Zema 2.0, quatro meses depois da posse, ao sancionar a segunda reforma administrativa. Com ela, vieram mudanças no secretariado. No sábado, nomeou Bernardo Santos, ex-presidente estadual do partido Novo, que será o titular da Secretaria de Comunicação. O ex-deputado federal Marcelo Aro, que disputou o Senado na chapa do governador e foi derrotado, irá para a Casa Civil. Ambos os cargos foram criados na reforma.
Como adjuntos, foram nomeados Pedro Calixto Alves de Lima, para a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade e Firmino Geraldo de Oliveira Júnior, na Casa Civil. Na Agricultura, foi nomeado o adjunto João Ricardo Albanez, que era subsecretário; a Controladoria-Geral ganha a adjunta Luciana Cássia Nogueira.
A reforma de Zema contemplou também a ex-coordenadora de Bolsonaro (PL) em Minas no segundo turno, no ano passado. Mariana Oliveira Pimentel foi nomeada secretária-adjunta de Desenvolvimento Social. No segundo turno da eleição, ela era responsável por fazer o planejamento estratégico e a produção das agendas de Bolsonaro no Estado.
Outro aliado que foi beneficiado foi o ex-deputado estadual Guilherme da Cunha Andrade, que não conseguiu se eleger deputado federal no ano passado. Ele foi nomeado como secretário executivo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, cargo que está sendo criado na estrutura da pasta.
Marcelo Aro e Bernardo Santos assumem suas pastas para tentar consolidar as mudanças no perfil político do governo e ajudar nessa construção. Irão se juntar a Igor Eto, secretário de Governo, responsável pela interlocução com a Assembleia Legislativa. Bernardo Santos vai reforçar a comunicação no momento em que Zema já admite ser pré-candidato presidencial. Terá reforço de caixa, com orçamento dobrado na verba publicitária deste ano, de R$ 60 milhões para R$ 120 milhões.
Marcelo Aro assumiu para melhorar a relação do governo mineiro em Brasília, mas sua tarefa será mais difícil já que Zema definiu sua linha política perante o governo federal. O governador mineiro quer ser o oposto de Lula, a quem faz consecutivos ataques. Segue a orientação do marqueteiro para ser o anti-Lula e herdar o eleitorado bolsonarista, convencido de que o ex-presidente Bolsonaro poderá ficar inelegível.
Ainda no sábado, na abertura da Expozebu, em Uberaba (Triângulo Mineiro), Zema reforçou seu discurso, pautado nessa linha. Não existem razões factuais, além da indisposição ideológica ou marqueteira para isso: Zema quer se viabilizar como contraponto a Lula.
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