Usiminas não larga choro do dumping da China. Brasília, porém, dá mais importância para o caixa chinês disponível. Imagem ilustrativa de bobina de aço da siderúrgica de Ipatinga (MG), no Vale do Aço - Crédito: Divulgação/Relatório/Arquivo
Reclamar contra presença de aços da China, a preços subsidiados e abaixo dos custos de produção, portanto, com dumping, é praxe nos relatórios anuais da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas). Mas não é apenas o produto chinês que atrapalha desempenhos da siderúrgica, cuja performance financeira de 2023 ficou em débito com 2022.
Por conta de fatores próprios de gestão, como menor produção de ferro-gusa de aciaria, e globais, tipo retração na economia chinesa, as vendas de aços da companhia encolheram 4,4%. No ano passado, a expedição de aços, portanto, foi de 4 milhões de toneladas. Mas pesou ainda o quesito da formação de preços.
Esse pacote, consequentemente, impactou diretamente na receita consolidada (incluindo minério de ferro e serviços). A Usiminas amargou queda de 15%, fechando o balanço anual em R$ 27,6 bilhões. Na leitura dos resultados 9M23 da companhia, ALÉM DO FATO estimou receita máxima de R$ 29,1 bilhões. Em 2022, a siderúrgica registrou venda líquida de R$ 32,471 bilhões. E destacou: “… segunda maior da história”.
O Grupo Usiminas foi melhor, porém, na mineração de minério de ferro. Vendeu 4,8% a mais que em 2022, com 9 milhões de toneladas.
Na esteira dos eventos negativos, novos e continuados de outros exercícios, a Usiminas perdeu 21,6% no lucro líquido. Caiu de R$ 2,093 bilhões, em 2022, para R$ 1,6 bilhão. A reforma do Alto-Forno 3 teve custo muito acima do projetado, somando R$ 2,7 bilhões.
O balanço que a siderúrgica de Ipatinga, no Vale do Aço, enviou, nesta sexta (09/02), Bolsa de Valores B3 aponta um rosário do rastro de danos bem conhecidos do aço chinês à cadeia nacional.
Os diretores da Usiminas, ao que parece, elegeram estacionar seus problemas na estação do choro contra chineses. Avançariam, sim, se privilegiassem o tempo na busca de saídas. Mas, preferem ignorar a decisão do Governo: aceitar solenemente a prática do dumping pela China no mercado brasileiro. Isso pelo simples motivo de o país não ter caixa suficiente para alavancar política de desenvolvimento.
O Brasil, então, seguirá com as commodities puxando merrecas de dólares balança na comercial, principalmente nas relações com a China. O Planalto, tão cedo, não entrará em conflito sério com o aço da China, economia com o maior caixa disponível no planeta.
A eterna carência de poupança interna impede, portanto, acelerar em manufatura de elevado valor agregado tecnológico. E paramos na Embraer, maior exportador de tecnologia avançada do Brasil.
Com essa pindaíba, a balança comercial com China continuará com o peso das commodities mineiras e do agribusiness.
Cabe destacar, entretanto, no Relatório da Administração da Usiminas o item sobre capitalização. “É importante salientar que, mesmo com as dificuldades enfrentadas pela Companhia durante o ano, a Usiminas continua com uma posição de caixa robusta de R$ 6,0 bilhão, …”.
Leia a AQUI a íntegra dos dados financeiros de 2023 da siderúrgica mineira.
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