Alinhamento de Lula tirou contrato da Embraer

A política do Governo Lula, marcada por instabilidade fiscal (destaque para novela do IOF e amarga derrota – 25/06) e mexida em fantasmas dos descréditos, afasta investidores para negócios mais sensíveis. No comércio externo, os alinhamentos ideológicos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) atrapalham empresas brasileiras. 

Entre os prejudicados no exterior, por exemplo, está Embraer, maior exportador nacional de produtos com elevado grau tecnológico. Há poucos dias, amargou a perda de contrato bilionário.

A LOT Polish Airlines, companhia aérea líder na Polônia, anunciou o resultado de compra bilionária com cara, cor e cheiro de opção política. Fechou US$ 2,7 bilhões com a Airbus, da França, para receber 40 jatos Airbus A220. Além disso, abriu opção para outras 84 aeronaves. 

O anuncio do negócio marcou a abertura da Paris Air Show (São Internacional da Aeronáutica e do Espaço de Paris), no aeroporto Le Bourget. A feira foi de 16 a 22 deste mês.

A Embraer perdeu por conta da política de Lula de alinhamento ao ditador da Rússia, Vladimir Putin.

Apego às ditaduras da Rússia e China

Pouco antes da Paris Air Show, de 16 a 22 de junho, o petista esteve em Moscou. Mas é desde o início do terceiro mandato, em 2023, que ele se manifesta ao lado de Putin na invasão e guerra russa na Ucrânia. A guerra começou em fevereiro de 2022. 

O anuncio contrato da LOT com a Airbus foi em clima político, de acordo com a Bloomberg Línea. A publicação lembrou, por exemplo, que a polonesa opera uma frota majoritária entre Embraer e a Boeing. E, portanto, pesou contra a empresa de São José do Campo (SP) a aliança ideológica do atual Governo do Brasil com a Rússia. 

Contra a Boeing o reflexo da situação desfavorável para Ucrânia criada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Desde que assumiu, em 20 de janeiro, Trump restringiu apoio militar e financeiro ao país invadido.

Lula, em maio, visitou Putin. Foi a Moscou para o beija-mão das comemorações russa dos 80 anos do final da II Guerra Mundial. Jornal Folha SP noticiou com o seguinte título: “Lula e ditadores vão a Rússia para Dia da Vitória”. O jornal, em outra matéria, citou cerca de 30 ditadores. De lá, o chefe do Planalto seguiu para outro reencontro com o ditador da China, Xi Jinpeng, em Pequim.

Embraer e LOT dão recados a Lula

A derrota da Embraer, conforme a Bloomberg Línea, portanto, leva a incontestável chancela da danosa política externa de Lula aos negócios brasileiros de ponta. Na Sala da Airbus, em Le Bourget, desfilaram as autoridades da França, Polônia e do Canadá, onde os modelos Airbus são finalizados. 

De pronto ao comunicado da escolha da LOT, a Embraer reagiu com nota e recado ao petista: “Estamos vivendo um momento excepcional em que a geopolítica desempenha um papel importante”. Acrescentou que a polonesa desprezou economia de alguns “milhões de euros”. E mais: que fora derrotada não por questões técnicas, mas da política brasileira.

França e Canadá têm estreitado em muito as relações políticas com a Polônia. Isso ficou mais evidente diante da guerra provocada por Putin, em sequência à invasão segunda invasão à Ucrânia. 

Ao questionamento da Bloomberg Línea, no evento da assinatura, o CEO da LOT, Michal Fijol, teceu entrelinhas à política externa do petista. “Não foi um processo fácil. Recebemos duas ofertas muito competitivas. Mas estou satisfeito porque a Airbus nos queria mais“.

É claro que isso poderá refletir em negócios futuros da Embraer no mercado da União Europeia (UE).

Embraer mostra fôlego acima do Governo do PT

Mas, para não ficar tudo ruim (o país se contentar como exportador de volumes de commodities), vale que a Embraer está muito acima do Governo Lula. Ainda nos dias da Paris Air Show e do revés com a LOT, a brasileira anunciou contrato de US$ 3,6 bilhões.

O novo compromisso é com a SkyWest Airlines, operadora de linhas na América do Norte. Entregará 60 jatos E175. Maior frotista E-Jets, a SkyWest abriu opção para outras 50 aeronaves, está no comunicado da Embraer à Bolsa de Valores B3.

Resta, então, torcer para que Lula tenha aprendido a lição (algo difícil por conta no desespero dele em ser candidato em 2026). Esperar para que, nestes 18 meses que lhe restam, não agrave mais a política externa. 

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