Economia

Alquimia em rombo de R$ 37 bi; vira R$ 1,8 bi

O mercado financeiro abriu esta segunda (27/11) com o comunicado mirabolante da Americanas S.A., verdadeira alquimia. O Grupo Americanas está em recuperação judicial desde janeiro. A holding informa que “firmou hoje um acordo vinculante de suporte ao plano de recuperação judicial (“PSA”) com credores titulares de mais de 35% da dívida da Companhia, excluindo os créditos intercompany (“Credores Apoiadores”)”.

O PSA envolve credores que “representam conjuntamente mais de 50% da dívida concursal”. Entre os vários tópicos, figuram no plano:

  • Aporte de R$ 12 bilhões pelos acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Marcel Teles e Carlos Alberto Sicupira;
  • Destinação aos credores de R$ 8,7 bilhões, em leilão reverso (R$ 2 bilhões), ou quitação antecipada com deságio de R$ 6,7 bilhões;
  • Aumento de capital, via emissão de ações como bonificação, na ração de uma para cada três existentes, ao “valor simbólico” de R$ 0,01;
  • Garantia firme de fiança bancária de R$ 1,5 bilhão;

Resultado da alquimia negociada com bancos

Mas, claro, o destaque principal no despacho à Bolsa de Valores B3 (Brasil. Bolsa. Balcão) é para isto: “Após a implementação das medidas de reestruturação previstas no PRJ, previsão de uma Companhia reestruturada com até R$1,875 bilhão de dívida bruta (financeira)”. Portanto, a dívida financeira bruta deixaria de ser R$ 37,331 bilhões.

Americanas vai comemorar aniversário da crise

A fortaleza da Americanas virou gelo ao sol, levando as principais empresas do Grupo Americanas, em 11 de janeiro passado. O rombo total do Grupo Americanas mereceu vários cálculos,. prevalecendo R$ 42 bilhões.

Ao longo de 2023, a companhia refez vários cálculos. Entre estes, destaque para as demonstrações dos resultados de 2021: lucro de R$ 500 milhões virou prejuízo de R$ 6 bilhões. O resultado negativo, portanto, dobrou em 2022.

Moral da história no PSA: juntando todos os penduricalhos dos bilhões aqui, bilhões acolá, a “capitalização” da Americanas resultaria em R$ 24 bilhões.

Ainda depende da AGC

A companhia protocolará o PSA na 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Mas, fica, portanto, pendente da etapa principal neste capítulo: aprovação pela Assembleia Geral de Credores (AGC). A primeira convocação foi marcada para 19 de dezembro.

Na ausência de quórum, partirá, então, para 2ª chamada da AGC será em 22 de janeiro. Ou seja, após o primeiro aniversário do escândalo

Leia a íntegra do PSA da Americanas.

Nairo Alméri

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