Anfavea cancelou o Salão do Automóvel de São Paulo diante do movimento que reuniu 14 marcas, de protesto contra os custos dos organizadores - Foto: Assobrav/Divulgação
Os argumentos das montadoras de automóveis, que forçaram cancelamento do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2020, repetem as principais expositoras da Agrishow 2009 (ver abaixo). O adiamento, para 2021, foi comunicado nesta sexta (06/03) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea). Os motivos, para a entidade, estão nas desistências das marcas líderes em vendas. Mas, para as empresas, pesa o fator custo.
A Anfavea, porém, associa, ainda, um movimento global de mudança nas posturas das empresas. A conta dos custos, no Salão, pode variar de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões.
Os valores são do presidente da Anfavea, Luiz Carlos de Moraes, ouvido pelo portal “G1”. Contudo, parece, mesmo, que pesou foi um efeito manada. Pois, em pouco tempo, duas desistências viraram 14. Entre elas a General Motors, Hyundai e Toyota. Mesmo assim, não quereno jogar a toalha, a entidade espera criar algum fato positivo: surgimento de alternativas relacionadas aos custos e um novo formato de exposição.
Este seria o 60º Salão do Automóvel – seria de 12 a 22 de novembro.
Contudo, o portal apresenta dois outros motivos para as desistências das montadoras: aposta em negociações diretas com os clientes e insatisfação na relação custo-benefício do Salão. Dos custos, 15% vão para a organizadora (espaço e infraestrutura), 45% para montagem (stands) e, 40%, na logística (transporte de carros) e bufê e pessoal (recepcionistas e modelos).
A nota da Anfavea foi conjunta com a REED Alcântara Machado, empresa organizadora. “O Salão do Automóvel é um evento que precisa evoluir e refletir o momento de disrupção tecnológica que nossa indústria está vivendo. Em conjunto com a REED, tomamos a decisão de adiar a edição do Salão de 2020, para reduzir custos e termos tempo de avaliar novos formatos. A revisão do Salão não é um movimento local, está acontecendo em todos os países do mundo e pelos mesmos motivos”. Essa a parte assinada pelo presidente da Anfavea, que deixou, contudo, uma expectativa: possibilidade de o Salão sair de São Paulo.
Cabe deixar claro, todavia, que estas desistências de marcas conhecidas em relação ao Salão do Automóvel não são fato novo no ambiente da Anfavea. Na Agrishow 2009 – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola, em ato coletivo, as líderes em tratores e colheitadeiras ficaram ausentes.
Por conta dos tais custos, portanto, não compareceram a CNH (Case e New Holland – Grupo FCA), Massey Ferguson, Valtra e John Deere. Mas, havia uma componente global: crise financeira. O desarranjo conjuntural veio no rastro do 5 de setembro de 2008, dia em que o maior banco de negócios dos Estados Unidos, o Lehman Brothers, quebrou. A instituição, fundada em 1850, foi ao chão por conta do buraco aberto com as principais administradoras de hipotecas imobiliárias de alto risco – subprimes.
O setor do agribusiness, como de todas as commodities, foi impactado.
As vendas caíram para todas as marcas em índices históricos. Para a CNH, ainda controlada pelo Grupo Fiat SpA, chegaram 30%.
“A empresa gasta por marca na feira (Agrishow) cerca de R$ 1 milhão. É um valor bastante grande, principalmente na situação de agora”, justificou, na época, o então diretor de Comunicações e Relações Externas da CNH, Milton Rego. “Sendo a feira muito grande, se torna muito complexo e muito caro participar, e, a única alternativa, é não ir”, completou. O executivo tinha assento na Anfavea, representando a CNH. Atualmente, é presidente-executivo da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).
Salão do Automóvel atrai mais de 700 mil visitantes. A Agrishow, por sua vez, prevista para 27 de abril a 1º de maio, em Ribeirão Preto (SP), recebe a média de 150 mil.
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