O Comando do Exército rachou com o comandante-em-chefe, o presidente Jair Bolsonaro. Determinou vacinação das tropas contra Covid-19 e proibição da veiculação de fake news na internet. O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, baixou procedimentos (52 pontos), na segunda (03/01), com base nas Diretrizes do Comando. Mas, só foram tornados públicos nesta quinta (06/01).
A orientação do comandante do Exército Brasileiro é para a tropa seguir os protocolos da Saúde, que são, na base, os da Organização Mundial da Saúde (OMS/ONU), nas ações de combate à pandemia.
Os militares que retornarem ao trabalho presencial, deverão, além da vacinação, usar máscaras e evitar aglomerações. O general Paulo Sérgio quer a efetividade da tropa nos quartéis, ou seja, via avanço da vacinação. E, num terceiro aspecto, bate contra o peito de Bolsonaro: determina que sejam respeitadas orientações das autoridades da Saúde nos estados e municípios e do Ministério da Saúde.
Noticiário desta sexta (07/01) dá conta de que o presidente Bolsonaro ficou irritado com a orientação para vacinação da tropa. Leia AQUI. Mas, veio tarde, pois, a repercussão já tinha causado efeito. O ministro da Defesa, general da reserva Braga Netto, portanto, está com a batata da contrariedade bolsonarista quente nas mãos.
No confronto direto à política do negacionismo patrocinado por Bolsonaro, o Comando do Exército determina, então, a proibição no compartilhamento das notícias falsas. Nesse aspecto, portanto, põe os pés sobre a mesa do Planalto: não propagar mentiras contra a Ciência nem estatísticas inverídicas no combate à Covid-19. E pede, além disso, que a verdade seja praticada em família e entre amigos.
“… não deverá haver difusão de mensagens em redes sociais sem confirmação da fonte e da veracidade da informação. Além disso, os militares deverão orientar os seus familiares e outras pessoas que compartilham do seu convívio para que tenham a mesma conduta“. Esse é um trecho da orientação de combate à fake news. O Comando do Exército tornou pública a orientação do Comando em solicitação do UOL.
Essa posição firme e clara do Exército aparece, portanto, um mês após a Marinha baixar protocolo específico em mesma linha, quanto às exigências sanitárias. ALÉM DO FATO veiculou, em 15/12, sobre o Despacho MB Nº 11A, de 07/12, assinado pelo vice-chefe do Estado-Maior da Armada, vice-almirante Carlos Eduardo Horta Arentz. O documento determina os procedimentos de autorização ao atracamento de veleiro da Marinha de Guerra do Peru, em fevereiro próximo, em portos do Brasil.
“Por oportuno, no que diz respeito ao desembarque da tripulação e convívio social, esses estarão sujeitos às normas sanitárias locais vigentes em conformidade com as condições epidemiológicas na ocasião da visita”, determinou o alto oficial do Comando da Marinha. Ou seja, seguir também protocolos da Saúde contra a Covid-19.
O Comando da Aeronáutica, a Força Aérea Brasileira (FAB), portanto, ficou na rabeira de um posicionamento diante do caos sanitário que vive o país, por conta da postura de Bolsonaro, que segue na contramão das democracias do planeta.
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