Economia

Bicentenário de tratado e a “dona” do Brasil

O mês é do bicentenário do Tratado do Rio de Janeiro (29 de agosto de 1825), também chamado Tratado da Paz, Amizade e Aliança (com Portugal). Todavia, comemoramos bagunças políticas em cima de acumulados de bagunças passadas. Coisinha típica da sociedade brasileira e do seu pouco caso no avanço monstro da economia, a China.

Capa inteira de documento do “Tratado do Rio de Janeiro” (1825), do acervo do Arquivo Nacional – Reprodução das Redes Sociais.

O Tratado foi firmado entre o Império do Brasil e a Coroa de Portugal, três anos após a proclamação da Independência (7 de setembro de 1822). Reconheceu, portanto, a autonomia política brasileira. Era, pois, o momento de se pensar, com autonomia absoluta, uma Nação organizada, sustentada por políticas sólidas. Mas, até hoje, não avançamos.

Mas, como nunca é tarde, este agosto de 2025 poderia ter nos 200 anos do Tratado do Rio Janeiro um motivador extra: refletir o sonho bicentenário sonho. Parece não haver espaço.

O país, entretanto, segue atolado (ocupado full time) em pacotes pitorescos dos atrasos, alguns com raízes também bicentenárias. E, não bastasse o caos doméstico do cotidiano teimoso, tem o torpedo despachado pelo presidente dos Estados Unidos, empresário Donald Trump (republicano). Este ocupa todas as rodas, do Supremo Tribunal Federal (STF) a bolicho de fronteira.

PT no PIB da desordem

No reino das bagunças políticas, cabem ao Partido dos Trabalhadores (PT) as agendas mais alopradas nestes 25 anos iniciais do Século XXI. O partido acumula 16 anos de governos, sendo 13 seguidos (2003-15). Outros três no retorno atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP).

O enredo nacional, lamentavelmente, sugere que pode pintar mais bagunça. Um split, no PIB da desordem, é fácil de se arrumar, pois, aqui é Brasil. E ainda corre o mês do azar.

Enquanto no circo do Planalto e vizinhança o destino bate latas, o povo chafurda em futilidades das redes sociais. Agora, de forma on-line, ele escolhe o seu Fantástico (TV Globo – domingo à noite) dos escândalos, que se renovam a cada hora. A qualidade do voto, novamente, em 2026, sairá dessa fonte!

Buscar no mercado organizadores de país

Daqui a pouco, sem surpresas, podemos chegar ao absurdo de alguém, na boa-fé, sugerir anúncios, na semanal britânica The Economist, em busca de solução para o Brasil. Coisa do tipo contratação de pessoas ilibadas e locação de kits (mesmo usados) de organização de Poderes. Instalar as encomendas na famosa praça de Brasília (DF).

Forma de pagamento? No acerto, na organização da bagunça, leva a metade da Amazônia ainda não entregue à China, pois, o dólar incomoda ao império de plantão no Planalto.

China virou a “dona” do Brasil

Neste quadrimestre, um modelo infográfico ilustrou reportagens, estudos acadêmicos e artigos sobre comércio do Brasil. Mostra um Brasil com espaços das unidades da federação (estados) preenchidas com a cor vermelha. Revela o grau de dependência econômica dos estados nas compras e investimentos da China.

Um dos tantos mapas econômicos divulgados nos últimos 70 dias que ilustram a relação de dependência do Brasil em relação à China – Fonte: Reprodução Instagram

Observado para aquele detalhe, um ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), experiente no comércio internacional e articulista na área apontou para enorme risco. “(A China) aplica apagão no Brasil a hora em que desejar”, disse Stefan Bogdan Salej, ex-embaixador especial para América Latina e Caribe da Eslovênia (2007/8); e, durante a presidência do Conselho da UE pela Eslovênia (2008), presidente do COLAT – Coordenação da UE para América Latina e Caribe.

Eis, portanto, um ponto em que não há como contrariar Lula, quando afirma que “o Brasil tem dono!“. O petista usa o chavão populista contra os EUA.

No trecho “A Balança Comercial de junho”, do “Indicador de comércio exterior (Icomex)“, de junho, o Ibre/FGV discorre um dos ângulos negativos na dependência com a China. Em piscar de olhos do gigante da Ásia, por exemplo, o Brasil pode perde até US$ 20 bilhões do superavit na balança. Isso, então, corrobora a observação do ex-dirigente da Fiemg.

Nairo Alméri

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