A adesão ao plano de recuperação judicial (PRJ) pelo banco BTG Pactual e Safra, comunicada nesta segunda (18/12), turbinou o sinal de luz verde da Americanas S.A. para assembleia geral de credores (AGC), amanhã (19/12). Na semana passada, do Itaú Unibanco, maior grupo financeiro do país, tinha assumido mesma postura nas negociações para a crise financeira da rede de varejo.
Os acionistas de referência (controladores), Jorge Paulo Lemann, Marcel Teles e Carlos Alberto Sicupira jogam, portanto, últimas fichas, pelo fim do calvário do Grupo Americanas com o PRJ ainda em 2023.
No comunicado (veja íntegra) à Bolsa de Valores B3, Americanas S.A. assegura que conta, portanto, com adesão de credores que representam 57% das dívidas passiveis de recuperação. Paulo Lemann e companhia devem estar otimistas com o provável sucesso no encaminhamento de acordo para um rombo (por baixo) de R$ 42 bilhões. Destes, R$ 37,3 bilhões em dívidas financeiras, ou seja, com bancos.
Americanas comunica apoio do Itaú e outros
Mas, se surgir algum impasse, o fardo vai para segunda chamada, em 22 de janeiro de 2024. Ou seja, para o pós-primeiro aniversário (11 de janeiro) do escândalo bilionário, aberto pela então cúpula executiva do próprio Grupo Americanas.
A denúncia de “inconsistência contábil”, no balanço do 3T22, fez um estrago em velocidade cósmica. O que seria buraco de R$ 20 bilhões, pela manhã, fechou expediente em R$ 40 bilhões. Mas, fato é que controladores e os próprios executivos faziam sinal fumaça para algo de errado na última semana de 2022, como mostrou ALÉM DO FATO, em 26/12/22.
Paulo Lemann e seus parceiros, em caso de sucesso amanhã, passam a se ocupar, então, com uma engenharia financeira consistente. Nela entram, por exemplo, a capitalização da Americanas. A parte deles, dentro do PRJ, será tirar dos próprios bolsos R$ 12 bilhões. Quando surgiu o escândalo, a fortuna do trio cobria fácil 100% do rombo.
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