A cidade de São Paulo terá transformação significativa em mobilidade urbana até 2030, com queda de 28% no uso de carros. Em contrapartida, os deslocamentos via sistema público crescerão 10%, a pé 25% e, em bicicletas, 47%.
Essa mudança no cotidiano da maior cidade da América do Sul está prevista no estudo “Futuros da Mobilidade” (Mobility Futures), elaborado pela Kantar. A empresa é “líder global em dados, insights e consultoria”. O estudo envolveu ao redor de 20 mil usuários de diferentes meios de transporte e viajantes frequentes. Os dados coletados em 31 cidades de 5 continentes passaram pela interpretação de “53 dos maiores especialistas em mobilidade do mundo”.
O resultado, portanto, afunilou para uma previsão do impacto na mobilidade no mundo nos próximos dez anos. E destacou quatro oportunidades, sendo uma a “mobilidade como serviço (mobility as a service, MaaS, da sigla em inglês)”.
Mas, o trabalho da Kantar (dona da Kantar Ibope Media) vai bem além. Apresenta tendências no uso dos aplicativos digitais e serviços digitais, facilitadores da mobilidade. Revela, por exemplo, as cidades que mais se valem de aplicativos. São Paulo ficou em 8º lugar entre aquelas cujos usuários têm nos aplicativos ferramenta de melhoria da mobilidade.
No crescimento da mobilidade via sistema público, com 10%, São Paulo aparece na média mundial. De acordo com a Kantar, essa tendência considera o crescimento da chamada “economia compartilhada”. Mas, combinada com outros fatores: multimodalidade, veículos autônomos e envelhecimento da população. Assim sendo, a expectativa é a de que, em 2030, “meios de transporte mais ecológicos” serão 49% das viagens nas cidades. Os carros participarão com 46%. Atualmente, os carros levam enorme vantagem, com 51% das viagens.
Todavia, São Paulo aparece melhor no ranking das cidades com maior potencial de inovação, especificamente na transformação. É a terceira, depois de Manchester e Moscou. Mas, fica à frente de Paris, Joanesburgo, Guangzhou, Milão, Montreal, Amsterdã e Xangai. Contudo, ficou fora do ranking das 10 melhores do mundo no índice de mobilidade urbana. Pela ordem de melhor posição, será assim: Berlin, Auckland, Moscou, Nova York, Munich, Milão, Montreal, Varsóvia, Londres e Paris.
O estudo da Kantar constata que as “as pessoas estão prontas para mudar”. Das entrevistadas, 37% das que dirigem optariam por deixar o carro em casa. Enquanto, na outra ponta, 43% dos dependentes do sistema público querem alternativas. Neste bloco, outra conclusão: há “um potencial de quase 25% de crescimento para o transporte alternativo”. Nesse conjunto, estão os que querem deixar de ser motoristas, ou seja, aproveitar mais o tempo como passageiros. Os outros 75% não querem mudanças.
Quanto ao sentimento de felicidade – “emoção” – dos usuários com as “escolhas de deslocamento”, as análises da Kantar revelam que são felizes: motocicletas (24%), e-bike (23%), caminhada (20%), bicicleta (17%) e transporte público (8%).
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