Ainda revolvendo cinzas de escândalos passados e, agora, atropelado pelo prejuízo bilionário do 2º trimestre, o Credit Suisse Group AG (Credit Suisse), de Zurique (Suíça), troca de comando no dia 1º de agosto. Com essas ondas desfavoráveis, o presidente-executivo (CEO) do Credit Suisse, Thomas Gottstein, anunciou, na quarta (27/07), a própria saída. Mas, claro, isso dará split político negativo em muitos países.
A chave da sala principal passará, então, em dois dias, para Ulrich Körner, atual CEO da Asset Management (Ativos) do Credit Suisse.
Gottstein está no posto desde 2020. No banco há 23 anos, assumiu após a renúncia do antecessor, embaralhado em escândalos. Por exemplo: espionagem e corrupção.
Internamente, o comentário do presidente do Credit Suisse, Axel P. Lehmann, resume bem a missão definida para o novo CEO: “Nosso objetivo deve ser tornar-se um Grupo mais forte, simples e eficiente, com retornos mais sustentáveis”.
Essa alteração na matriz suíça, portanto, mexerá com a postura do banco em solos do Brasil e países autoritários da América Latina. Por aqui, o Credit Suisse surfa com opinião até na política (ver abaixo). Nos negócios, tem alienado alguns ativos financeiros. Mas, também sido substituído como advisor, caso da maior construtora predial da América do Sul, a MRV Engenharia. O banco estima que administra R$ 156 bilhões (junho 2022) em ativos no país.
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Credit Suisse fechou balanço de abril a junho com prejuízo de 1,59 bilhão de francos suíços – US$ 1,65 bilhão. A conta negativa foi, porém, muito além do esperado pelos analistas, de até 171 milhões de francos suíços. Portanto, o resultado deixou para trás o lucro de 253 milhões de francos suíços no 2T21.
Na conta do faturamento, o banco lançou 3,65 bilhões de francos suíços. Ou seja, outra atropelada na expectativa de 4,20 bilhões de francos suíços, conforme relatório da agência Reuters.
A francesa AFP, por sua vez, acrescenta, além dos escândalos, que o resultado do Credit Suisse foi pressionado por outros fatores. Entre estes, por exemplo, a “volatilidade do mercado e aumento das taxas de juros em todo o mundo”.
Körner já foi do banco. Retornou em 2020, vindo do UBS – União de Bancos Suíços. Esteve no UBS desde 2009. Antes, entretanto, a contar de 1998, era exatamente do Credit Suisse. Portanto, um conhecedor do banco e do principal concorrente.
No Brasil, o banco navega em negócios de grandes grupos econômicos. Além disso, ocupa espaços nos círculos formadores de opinião pública na vida política do país, inclusive as eleições presidenciais de outubro.
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